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Para secretário, "mais rápido é impossível"
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário extraordinário de
Erradicação do Analfabetismo, o
engenheiro agrônomo João Luiz
Homem de Carvalho, diz que o
MEC está tocando o projeto da
maneira mais ágil. "No programa
de erradicação do analfabetismo,
mais rápido é impossível. Desafio
alguém que faça mais rapidamente do que estamos fazendo", diz.
"É preciso mudar leis, o ministério tem exigências com documentações e, às vezes, a prefeitura
[com a qual se vai fazer convênio"
não tem os papéis necessários.
Não tem jeito de ser mais rápido.
Mas, a partir da semana que vem,
[nesta semana", isto aqui vai deslanchar." Carvalho se refere aos
primeiros dez convênios de alfabetização que devem ser assinados entre o MEC e os parceiros do
Brasil Alfabetizado.
"Devemos assinar convênios
com a Paraíba, seis prefeituras de
Pernambuco, Prefeitura de Natal,
Sesi e Pastoral da Criança. Aí você
põe o bloco na rua." "Pôr o bloco
na rua" é a definição que Carvalho
dá para o início das atividades
práticas do projeto de alfabetização. Parte dos convênios anunciados pelo secretário já estava prevista para entrar em vigor na semana passada, mas atrasou por
problemas burocráticos.
Regulamentação
O MEC publicou no "Diário
Oficial" da União na semana passada a Resolução nš 6, que dá uma
espécie de bolsa para o aluno
analfabeto (R$ 15 por mês) e para
o professor (R$ 20 mensais). Segundo Carvalho, o objetivo também é dar orientações gerais para
o programa de alfabetização.
"Nessa instrução normativa, a
gente aplica uma diretriz, só não
faz dela uma coisa fechada. A gente sugere um mínimo de 260 horas, aconselha que seja uma linguagem plural, contextualizada
com a realidade de cada um, que
tenha salas com mínimo de 15 e
máximo de 25 alunos."
A ênfase da ação do ministério
está no controle de qualidade, segundo Carvalho. "Você não vai
imprimir direcionamento [ao ministério" ao aceitar ou não metodologias diversas. Estamos completamente receptivos a metodologias. É na avaliação [da qualidade desses métodos" que se dá a
política do MEC." O secretário diz
que a idéia é evitar conflitos. "Se
eu começar a falar que aceito esse
ou aquele método, a fofoca que
vai dar é uma coisa inacreditável."
Para ele, o problema não é a definição de um modelo. O secretário afirma que o MEC se manterá
aceitando concepções diferentes.
"O MST tem o método dele e
não abre mão. As igrejas evangélicas têm os métodos delas. Tenho
de ter jogo de cintura para dar
orientação a todos. Se uma igreja
falar que não faz alfabetização
com certo método, já pensou a
quantidade de analfabetos que vai
sobrar neste país? Acho que o ministro me convidou para desempenhar uma função dessas também. Se fosse qualquer outro, de
uma militância [pedagógica], seria diferente."
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