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"Vivo feliz com meus dois pais"
DA REPORTAGEM LOCAL
Aldo e Pedrinho estão juntos há
20 anos. Formam uma família,
por isso queriam filhos, como toda família quer. Então adotaram
Isabella, que tinha três meses.
Quando Isabella fez cinco anos,
eles adotaram Ninna, que tinha 48
horas quando veio para a casa.
As leis que regem a adoção exigem que os pais, ou o pai ou a
mãe, tenham condições de cuidar
da criança. Casais homossexuais
são sempre vistos como suspeitos, por preconceito, e por isso
quase não têm chances de adotar.
Para driblar esse preconceito, o
pai Pedrinho Fernandes adotou
Isabella Karoline Fernandes, hoje
com 15 anos. E o pai Aldo Sobral
adotou Ninna Victoria Sobral, hoje com 10 anos.
Os dois, que têm 40 anos, são
chamados de pais, o pai Aldo e o
pai fofo, porque Pedrinho "é mais
gordinho", diz Isabella.
As duas meninas freqüentam
escola, psicoterapeuta, fazem informática. Antes de serem fotografadas e ouvidas, as psicólogas
que cuidam das duas foram consultadas. "Foi Isabella quem insistiu na entrevista", diz Pedrinho.
"Vivo feliz com os meus dois
pais", ela diz, contando que todo
mundo na escola sabe e que seus
colegas e pais freqüentam a casa.
A mais nova diz que tem dois
pais para ajudar a fazer as lições.
Os pais são empresários e estilistas e dividiram as funções paternas como qualquer casal. "A
gente se revezava quando os bebês choravam à noite, passávamos madrugadas acordados, embalando no colo, preparando mamadeiras, consultando o médico,
dando o remédio na hora certa",
recorda Pedrinho.
Quando as meninas cresceram,
foram eles que explicaram como
nasciam os bebês, o que era a
menstruação, porque homens e
mulheres são diferentes. Na retaguarda, estavam e estão sempre as
psicoterapeutas. No entender de
Pedrinho, os avós, as tias e as sobrinhas dão a elas o que precisam
saber do lado feminino.
(AB)
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