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"Tenho orgulho de ter atuado no Dops"
DA REPORTAGEM LOCAL
"Era da inteligência, mas nunca
torturei ninguém", avisa o delegado Massilon José Bernardes Filho,
53, diretor do Dipol, enquanto a
Folha começa a analisar suas quatro páginas de currículo pessoal.
O policial, que ingressou na corporação em 69 e foi trabalhar direto no temido Dops (Departamento de Ordem Política e Social), não esconde em seu histórico ter passado ainda pelo SNI
(Serviço Nacional de Informações), onde foi instrutor, e pela
Polícia Federal, de 83 a 86.
""Fiz um concurso para investigador e fui mandado para o Dops.
Tenho orgulho de ter trabalhado
lá", diz o policial, que em 76 se
tornou delegado, aprovado em
primeiro lugar em concurso.
Bernardes Filho, antes de ser escolhido para o Dipol, passou pela
inteligência do Denarc (Departamento Estadual de Investigações
sobre Narcóticos) e fez parte do
grupo de planejamento estratégico da Polícia Civil.
A frase que melhor sintetiza seu
modo de trabalho tem relação
com segurança interna: ""Procuro
me cercar até fisicamente de
quem está testado e aprovado".
Faz questão de mostrar que o
Dipol está preocupado com a seleção de seus policiais e com as regras que eles irão seguir. "Inteligência é uma investigação mais
sofisticada", afirma.
E mesmo fora da delegacia, pensa em inteligência. Está lendo "O
Alfaiate do Panamá", de John Le
Carré, que conta a história de um
agente secreto com falhas de caráter que usa as técnicas apreendidas para manipular o sistema.
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