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Entidades reclamam de falta de planejamento e de pressões para contratação de pessoal não-avaliado
Parceiros se queixam de falta de diretriz
DA REPORTAGEM LOCAL
A parceria de três anos entre a
prefeitura e entidades sem fins lucrativos para implantação do PSF
(Programa Saúde da Família) em
São Paulo começa a dar sinais de
turbulência. Segundo Acyr Fernandes Filho, 42, coordenador-geral de Saúde da Família da Unifesp (Universidade Federal de São
Paulo) -uma das parceiras que
lideram o grupo de 12 conveniadas-, três problemas ameaçam o
programa.
1. Tentativas, por parte da prefeitura e das coordenadorias de
saúde, de forçar a contratação de
profissionais sem nenhum processo de avaliação ou com desempenhos ruins nas provas.
2. Falta de estrutura para os profissionais trabalharem.
3. Ausência de um sistema de
informações para o planejamento
e avaliação do programa.
"O que nos preocupa é que falta
uma diretriz clara em relação ao
modelo de atenção básica a ser seguido", completa.
O PSF foi implantado em 2001,
primeiro ano da administração
Marta Suplicy (PT), como saída
para reorganizar o sistema.
Modelo de atenção à saúde inspirado no sistema canadense, o
PSF utiliza equipes com médico,
enfermeira, até dois auxiliares de
enfermagem e até seis agentes comunitários para cuidar de grupos
de mil famílias, no máximo (leia
texto nesta página).
A idéia da prefeitura era chegar
a mil equipes na cidade. Está com
676 completas. No meio do ano
passado, decidiu parar a expansão e não deixou claro até hoje
qual é o projeto para a rede básica.
De acordo com Fernandes Filho, também é necessária a criação de um fluxo organizado dos
pacientes do PSF para hospitais,
quando necessário. "Não adianta
fazer assim de forma estilhaçada."
A instituição, afirma, já recebeu
pressões de uma coordenadoria
de saúde e telefonemas da própria
secretaria municipal para contratar uma pessoa que nem tinha
atingido a nota mínima na prova
de admissão. Mas nega ter feito a
contratação. "Não tenho nada
contra a indicação, mas gostaríamos que, quando encaminhadas,
fossem utilizados critérios."
"Temos discutido muito os valores repassados", diz Antônio
Carlos Forte, superintendente da
Santa Casa, outra entidade parceira. Recentemente a entidade teve
de dar 15% de aumento para os
médicos contratados, mas não
aumentaram os repasses, diz.
Segundo José Alberto Salinas,
coordenador do PSF na Santa Casa, sem informações sobre a produção dos médicos não é possível
avaliar o desempenho.
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