|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Modelo a ser adotado provocou divergências dentro do PT
DA REPORTAGEM LOCAL
A discussão sobre qual modelo
seria adotado na assistência básica do município vem da campanha eleitoral da prefeita Marta Suplicy (PT), em 2000. Lá, dentro do
partido, houve polarização entre
um reforço e aperfeiçoamento do
modelo tradicional de UBS (Unidade Básica de Saúde) e o PSF
(Programa Saúde da Família). No
final, o que saiu foi uma proposta
de junção das idéias.
O PSF é um programa em que
há equipes com médico, enfermeira e agentes comunitários vinculados a uma UBS.
Os agentes visitam as casas dos
pacientes, levantam os problemas
e discutem encaminhamentos
com os profissionais -se necessário, encaminham para uma
consulta no posto. O médico vai à
casa do morador se ele tiver dificuldade para se locomover.
Em uma UBS tradicional, não
há equipe nem busca dos problemas via agente de saúde, mas profissionais das clínicas básicas
-pediatria, ginecologia, clínica
geral- e marcação espontânea
de consultas pelo paciente.
PSF radical
Apesar da proposta que saiu da
campanha, no começo da gestão
Marta, quando o secretário era
Eduardo Jorge -do grupo que
defende o "PSF radical"-, foi
prometida uma implantação pesada da iniciativa, de mil equipes
até este ano. Depois que Jorge
saiu, denunciando pressões de vereadores por ingerências na Saúde, a expansão foi estancada -o
número de equipes é hoje de pouco mais de 600, mesmo assim o
maior programa do país.
Depois disso, no entanto, a prefeitura não deixou claro qual seria
a política a seguir na área.
A outra "ala" do partido, que
defende a UBS tradicional, vê o
PSF como um programa neoliberal, simplificador e que não permite o acesso universal à saúde.
Essa tendência diz que o programa, estrategicamente, ao investigar as condições de vida das pessoas, suaviza a responsabilidade
do Estado sobre a saúde e foca no
comportamento individual.
Para Virginia Junqueira, pesquisadora do Instituto de Saúde
que se posicionou contra o PSF, a
discussão, no entanto, está superada. Para ela, os resultados mostram que o programa não é adequado a São Paulo. "O debate,
agora, deve ser sobre como integrar UBSs e hospitais."
Texto Anterior: Parceiros se queixam de falta de diretriz Próximo Texto: Para técnico, falta integração Índice
|