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SUPERLOTAÇÃO
Unidade é a maior de São José dos Campos
Macas são transformadas em leitos em hospital do interior de São Paulo
CAROLINA FARIAS
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
CLAUDIO CAPUCHO
REPÓRTER FOTOGRÁFICO
A falta de leitos para atendimentos pelo SUS (Sistema Único de
Saúde) em São José dos Campos
(91 km de SP) tem feito com que
pacientes sejam acomodados em
macas nos corredores do Hospital
Municipal, o maior hospital público da cidade, com cerca de 21
mil pacientes atendidos por mês.
A Folha flagrou na semana passada uma fila de macas colocadas
nos corredores do hospital, que
abrigavam pacientes internados.
Ali, eles recebiam soro e outros
medicamentos.
O prefeito Emanuel Fernandes
(PSDB) reconheceu o problema
da falta de leitos no município e
afirmou apostar na ampliação da
Santa Casa local, que terá mais 116
leitos destinados a pacientes do
SUS, para resolver o problema.
"São José não terá mais problema de falta de vagas. O problema
agora será o custeio desses leitos,
porque a Santa Casa não é um
hospital público. A garantia é que
os pacientes serão atendidos pela
tabela do SUS", disse.
O diretor do Departamento
Hospitalar e de Emergência da Secretaria Municipal da Saúde,
Marcelo da Silva Gasch, admitiu
que os hospitais da rede municipal não têm capacidade para
atender à demanda.
Segundo ele, os pacientes são
colocados em "leitos auxiliares reversíveis" nos corredores, uma alternativa comumente utilizada
em caso de aumento de demanda,
como foi o caso. "Esse procedimento não é o ideal", afirmou.
Ele disse ainda que todo paciente internado corre o risco de contrair infecção hospitalar, mas que,
no corredor, o risco é maior. "Mas
nós estamos tomando todos os
cuidados para tentar diminuir esse risco", afirmou.
Segundo ele, o aumento da demanda se deve à qualidade do serviço prestado pela rede pública de
São José dos Campos. "Quanto
mais o serviço melhora, maior é o
aumento da procura pela população de cidades vizinhas", disse.
Segundo o Conselho Municipal
de Saúde, para acabar com o uso
de macas para internação, são necessários mais 115 leitos.
Para a presidente do conselho,
Meire Ghirarducci, o maior problema é o fato de a cidade não ter
outro pronto-socorro e também
porque o local recebe emergências da região, principalmente das
ocorrências na via Dutra.
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