São Paulo, domingo, 14 de julho de 2002

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SUPERLOTAÇÃO

Unidade é a maior de São José dos Campos

Macas são transformadas em leitos em hospital do interior de São Paulo

CAROLINA FARIAS
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE

CLAUDIO CAPUCHO
REPÓRTER FOTOGRÁFICO

A falta de leitos para atendimentos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em São José dos Campos (91 km de SP) tem feito com que pacientes sejam acomodados em macas nos corredores do Hospital Municipal, o maior hospital público da cidade, com cerca de 21 mil pacientes atendidos por mês.
A Folha flagrou na semana passada uma fila de macas colocadas nos corredores do hospital, que abrigavam pacientes internados. Ali, eles recebiam soro e outros medicamentos.
O prefeito Emanuel Fernandes (PSDB) reconheceu o problema da falta de leitos no município e afirmou apostar na ampliação da Santa Casa local, que terá mais 116 leitos destinados a pacientes do SUS, para resolver o problema.
"São José não terá mais problema de falta de vagas. O problema agora será o custeio desses leitos, porque a Santa Casa não é um hospital público. A garantia é que os pacientes serão atendidos pela tabela do SUS", disse.
O diretor do Departamento Hospitalar e de Emergência da Secretaria Municipal da Saúde, Marcelo da Silva Gasch, admitiu que os hospitais da rede municipal não têm capacidade para atender à demanda.
Segundo ele, os pacientes são colocados em "leitos auxiliares reversíveis" nos corredores, uma alternativa comumente utilizada em caso de aumento de demanda, como foi o caso. "Esse procedimento não é o ideal", afirmou.
Ele disse ainda que todo paciente internado corre o risco de contrair infecção hospitalar, mas que, no corredor, o risco é maior. "Mas nós estamos tomando todos os cuidados para tentar diminuir esse risco", afirmou.
Segundo ele, o aumento da demanda se deve à qualidade do serviço prestado pela rede pública de São José dos Campos. "Quanto mais o serviço melhora, maior é o aumento da procura pela população de cidades vizinhas", disse.
Segundo o Conselho Municipal de Saúde, para acabar com o uso de macas para internação, são necessários mais 115 leitos.
Para a presidente do conselho, Meire Ghirarducci, o maior problema é o fato de a cidade não ter outro pronto-socorro e também porque o local recebe emergências da região, principalmente das ocorrências na via Dutra.


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