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Católicos têm pastoral para descasados
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O comerciante Luis Antonio
Venturini, 34, vai se casar em novembro na igreja São Camilo de
Lélis, na zona norte de São Paulo.
Será a segunda vez que ele se casa
na igreja. A "noiva" é Viviane Tomás de Souza, 25, que vive com
ele há quatro anos e com quem
tem dois filhos.
Eles participam da Pastoral da
Segunda União, destinada a casais em que um -ou os dois- já
tenham se casado na igreja. Católicos praticantes, eles se viram impedidos de receber a comunhão
depois que romperam um casamento e iniciaram outro.
Para evitar o afastamento de casais nessa situação -o número
vem crescendo-, a Igreja Católica passou a incentivar a criação de
Pastorais da Segunda União. "O
papa João Paulo II recomendou à
Igreja que não os abandone", diz
João Abrahão, 63, coordenador
da Pastoral Familiar da Região
Episcopal de Santana. Na Arquidiocese de São Paulo, 300 casais já
passaram pelas pastorais. No país
todo, são 5.000 casais.
Julio Cesar e Silvia Cristina
Julio conseguiu a certidão de
nulidade do primeiro casamento
em janeiro de 2001. Na semana seguinte casou-se na igreja com Silvia Cristina.
Assim que passou a viver com
Silvia, Julio procurou um padre.
"Eu sabia que estava vivendo fora
dos mandamentos."
"Minha filha tinha quatro anos
quando perguntou por que eu e a
"mamãe" não íamos na fila? Estava
falando da fila da comunhão. Respondi que "para pegar essa fila, a
gente tem que estar bem com
Deus". Foi aí que decidimos participar de encontros de casais. Recomendo que outros casais façam
o mesmo", diz.
Paolo e Marli
Paolo e Marli estão juntos há 21
anos, participam dos encontros
de segunda união há quatro, mas
ainda não decidiram pedir anulação de seus casamentos anteriores. Isso os obrigaria a remexer no
passado e eles temem desagradar
seus filhos, já adultos. "Logo que
comecei a participar das caminhadas dos casais em segunda
união passei a me sentir melhor",
diz Marli. "Hoje estou tão bem
que me sinto casada."
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