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EUA enfrentam ilhas de calor
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é só São Paulo que sofre as
conseqüências das ilhas de calor.
O problema aflige também grandes cidades do mundo como
Atlanta, Dallas, Houston e Nashville (nos EUA), Tóquio (Japão) e
Cidade do México. Ainda que esses centros urbanos não enfrentem o paradoxo das enchentes
versus represas vazias, eles sofrem
efeitos do superaquecimento na
deterioração da qualidade do ar.
Isso porque, no inverno, as ilhas
de calor costumam favorecer inversões térmicas (quando uma
camada de ar quente prende uma
camada de ar mais frio próxima à
superfície), o que impede a dissipação dos poluentes. Embora o
fenômeno ocorra também na capital paulista, não há ainda estudos que avaliem o seu peso no
agravamento da poluição.
Nos EUA, a EPA (agência ambiental) mantém com a Nasa
(agência espacial) um projeto-piloto para avaliar o problema das
ilhas de calor nas cidades de Salt
Lake City (Utah), Sacramento
(Califórnia) e Baton Rouge (Louisiana), com o intuito de buscar
soluções locais que possam ser
depois aplicadas em larga escala.
A avaliação das instituições é
que, apesar de as ilhas de calor
existirem em muitos centros urbanos, sua intensidade varia conforme as características específicas de cada um deles -a exemplo
do clima, da topografia, do nível e
do padrão de urbanização e da localização geográfica. Por isso as
estratégias mais eficazes para reduzir os efeitos do aquecimento
também devem obedecer às particularidades regionais.
Para tanto, o projeto combina o
resultado da análise de dados de
satélite e aeronaves espaciais da
Nasa com o conhecimento adquirido a partir de reuniões das quais
participam diversas entidades de
cada cidade envolvida (ONGs,
técnicos, representantes das indústrias e órgãos governamentais
locais) para identificar que medidas devem ser tomadas para combater as ilhas de calor.
Pesquisas e trabalhos de campo
indicam que plantar árvores em
locais estratégicos e aumentar a
reflexividade de prédios e superfícies pavimentadas podem ser alternativas. O que se quer saber é o
efeito real dessas ações em diferentes realidades urbanas.
Chuvas
No caso dos temporais, a Nasa
confirmou em 2002, por meio de
um satélite que mede chuva, que
as precipitações de verão são mais
intensas em cima das grandes cidades por causa das ilhas de calor.
Segundo Augusto José Pereira
Filho, pesquisador do IAG/USP,
no norte do Estado de São Paulo
também já existem locais mais
quentes que a média, mas, como a
região está muito distante do mar,
que é a principal fonte de umidade, não sofre tanto com as chuvas
fortes no verão.
(MV)
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