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FESTANÇA
SP oficializa hoje união de 1.434 casais
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
A sabedoria popular diz que casamento é assim: quem está dentro quer sair, e quem está fora
quer entrar. Hoje, às 10h, no Ginásio do Ibirapuera, 1.434 casais que
estão do lado dos que querem entrar vão, todos ao mesmo tempo,
realizar o sonho da união civil.
Isso graças a uma iniciativa da
Secretaria da Justiça e da Defesa
do Estado de São Paulo, que organizou a cerimônia comunitária
cotada para entrar para o "Ranking Brasil: o Livro dos Recordes
Brasileiros" como o mais numeroso casamento realizado no país.
Os casais terão como padrinhos
o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e sua mulher, Lú
Alckmin. A cerimônia, que contará com 300 voluntários na produção e na organização, terá a participação do coral do Maestro Bacarelli, sorteio de viagens de núpcias a Porto Seguro, faqueiros,
brindes e um bolo gigante.
A idéia do projeto é atender às
pessoas carentes. Pelo novo Código Civil, que vigora desde janeiro
de 2003, a união civil é gratuita
para a população de baixa renda,
mas muitos não sabem disso.
Jucineide da Silva, 45, era uma
delas. Ela mora com Daniel Machado Rodrigues, 46, há 22 anos.
"Certa vez fui ao cartório para saber sobre o casamento civil e quase caí pra trás: custava mais de R$
200 para casar", conta. O casal
tem renda mensal de cerca de R$
400. "Era impossível. Desisti."
A dona-de-casa soube da lei e
do casamento comunitário por
um programa de rádio e se animou. "Falei para ele: quer casar de
graça? Vamos embora, então!"
A moradora da extrema zona
leste comprou um vestido branco
e vai atravessar a cidade hoje até a
zona sul -para onde garante
"nunca ter ido na vida"- para
casar. A curiosidade de Jucineide
é maior em relação à numerosa
cerimônia do que à vida pós-casamento. "Vai ser a mesma coisa.
Sei que não vai mudar nada."
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