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Metodologia do IBGE causa distorções
DA SUCURSAL DO RIO
A metodologia do IBGE para
definir favela pode levar a algumas distorções. O órgão define favelas e assemelhados como habitações que "ocupam terrenos de
propriedade alheia, dispostos de
forma desordenada e densa e carentes, em sua maioria, de serviços públicos essenciais".
Para Sérgio Besserman, ex-presidente do órgão e atual diretor de
informações geográficas do Instituto Pereira Passos, essa definição
dá margem à dúvida: "Não fica
claro se todos esses fatores têm de
coexistir ou se um aglomerado
que tenha acesso aos serviços públicos essenciais, como grande
parte dos cariocas, deixa de ser favela", afirmou.
Besserman mostra que, sem levar em conta essa peculiaridade,
alguns dados do IBGE podem levar a conclusões irreais. "O Rio de
Janeiro tem cerca de 3% da população do Brasil, mas quase 17% da
população brasileira moradora de
"favelas". É óbvio que essa informação é um equívoco", diz.
Ele afirma também que as estatísticas não permitem comparações entre municípios. No Rio,
por exemplo, é a prefeitura que
repassa ao IBGE a lista de áreas
consideradas favelas.
Isso daria margem a distorções
já que outros municípios não têm
esse levantamento ou não repassam suas informações ao IBGE.
Para mostrar isso, ele comparou
indicadores de favelas cariocas
com municípios da região metropolitana do Rio.
"O Complexo do Alemão, por
exemplo, tem 29% de seus habitantes vivendo abaixo da linha da
pobreza e 87% deles morando em
favelas.
Os municípios de Seropédica,
Itaboraí, Queimados e Tanguá
têm o mesmo percentual de pobreza, mas o percentual de moradores de favela nessas cidades varia de 0% a 1% apenas.
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