|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Infratora pede para "quebrar galho"
DA REPORTAGEM LOCAL
O agente vistor Sérgio Cocurutto, da Subprefeitura de Pinheiros
(zona oeste de São Paulo), trabalha há cerca de 30 anos fiscalizando obras, imóveis e estabelecimentos comerciais. Ele afirma
que a reação dos donos de estabelecimentos, quando recebem a visita do fiscal, é imprevisível.
"A primeira visita normalmente
ocorre sem problemas, mas
quando [o infrator" percebe que
vai complicar, ele se transforma",
disse o agente.
No dia 5 deste mês, a reportagem da Folha acompanhou as
cinco visitas realizadas por Cocurutto durante a manhã. Dois imóveis estavam dentro da lei, outros
dois foram considerados irregulares e o quinto não foi avaliado
porque estava vazio.
Recusa
Nos dois lugares em que havia
irregularidade, os infratores insistiram para que não houvesse notificação e um deles chegou a se recusar a receber o documento.
Na rua Japiaçóia, no Alto de Pinheiros, Cocurutto foi checar se
um comércio lacrado no dia anterior estava cumprindo a notificação de fechamento.
Mal o carro da prefeitura parou
em frente à casa -uma associação que intermedeia venda de
produtos-, a proprietária, muito
nervosa, atravessou a rua para
conversar com ele. "Não poderia
quebrar o galho?", disse ela, que
não quis se identificar.
Após uma discussão, a proprietária se recusou a receber a notificação de descumprimento da determinação da prefeitura, mas
após a insistência de Cocurutto,
aceitou pegar o papel.
Já na rua Sarita Cyrillo, no Jardim Paulista, onde foi checar denúncia de obra irregular, o fiscal
foi bem recebido pelo mestre-de-obras José Silva de Souza, 43, que
mostrou, sem resistência, todas as
documentações. "Aparentemente, está tudo em ordem", disse Cocurutto, que não notificou o proprietário do imóvel.
Texto Anterior: "Aumentar fiscais não é solução" Próximo Texto: Trânsito: Código não pune culpado de morte com prisão em SP Índice
|