|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Carnaval do 4º
Centenário foi
"capoeira forte"
FREE LANCE PARA A FOLHA
Meio século depois, "Seu"
Nenê ainda recorda do Carnaval que comemorou o 4º
Centenário da cidade, em 54.
Não foi uma festa bem-sucedida. A comissão do 4º Centenário contratou duas empresas para organizar a passagem de 11 carros alegóricos pelas principais avenidas
da cidade. Acabou não dando muito certo e, logo depois
do Carnaval, o então prefeito
Jânio Quadros "convidou" o
presidente da comissão,
"Ciccillo" Matarazzo Sobrinho, a demitir-se.
Os jornais daquele ano
narram que o cortejo demorou horas para aparecer na
avenida São João, lotada de
foliões. Quando apareceu o
primeiro carro, as vaias irromperam, aos gritos de
"quebra, quebra".
"O Carnaval do 4º centenário foi bom, mas foi uma
capoeira forte", lembra Nenê. "Prometeram
muita coisa e, na
hora, nada. Político é mais mentiroso que o capeta!
Agora, a prefeita
diz que vai dar ajuda para as escolas.
Não acredito."
Segundo Nenê, o
desfile dos 400
anos teve início na
rua Direita e seguiu até o Ibirapuera, percurso
que ele sonha ver
repetido nos 450
anos, em fevereiro.
Os jornais daquele
período dão conta
de um trajeto inverso: saindo do
Ibirapuera em direção ao largo do
Paissandu.
Além da má organização do desfile e das falhas no
policiamento, os
jornais também
criticavam os
"preços absurdos"
dos produtos usados no "tríduo
momesco", entre
eles o do hoje banido lança-perfume.
Muitos clubes tinham seus tradicionais bailes de
máscaras. No baile
dos cronistas carnavalescos do Teatro Colombo eram
escolhidos os sambas e as marchinhas do ano.
Havia ainda a
pudica Festa do
Confete, na qual
não eram permitidos "trajes
masculinos para senhoras e
senhoritas".
Texto Anterior: SP 450: O homem que ensina samba Próximo Texto: Comportamento: Mesmo com ataques, 7.000 querem ser PMs Índice
|