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Aluno afirma sofrer preconceito
DA REPORTAGEM LOCAL
Entrar na faculdade significa a
superação de apenas um dos obstáculos encontrados por alguns
presos ao passarem ao regime semi-aberto ou para a liberdade
condicional.
Cumprindo pena desde 96,
Robson Mansan, 35, começou a
frequentar o Cursinho da Poli em
março de 2000. No meio do ano
passado, ele conseguiu ser aprovado no curso de tecnologia de
obras hidráulicas da Fatec (Faculdade de Tecnologia), mas foi reprovado por faltas logo no primeiro semestre. Como estava em
regime semi-aberto, ele tinha de
estar na Penitenciária de Franco
da Rocha, no máximo, à meia-noite, mas a última aula ia até as
22h30, o que o obrigava a sair
mais cedo.
Mansan teve de enfrentar ainda
o preconceito por parte dos funcionários da penitenciária. "Eles
diziam: "Vocês que são presos estão estudando, têm direito a isso e
àquilo, e a gente, que trabalha para o Estado, não tem direito a nada"." Outro obstáculo, segundo
ele, é a dificuldade em arcar com
os custos do curso.
Isso é agravado pela dificuldade
em arranjar emprego com carteira assinada. "Se uma pessoa está
contratando 15 funcionários, a
partir do momento em que sabe
que você é ex-presidiário, ela registrará 14 em carteira, pagará a
todos os benefícios, mas você, que
precisa muito do emprego, ela
não vai registrar e só vai pagar R$
200, sendo que você terá de fazer o
mesmo serviço que os outros."
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