São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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OUTRO LADO

Policiais dizem que tráfico não tem área fixa

DA SUCURSAL DO RIO

Responsável pelo comando do 23º BPM (Batalhão de Polícia Militar), no Leblon (zona sul), e chefe da operação policial na Rocinha, o tenente-coronel Jorge Braga disse à Folha desconhecer a existência das cinco "bocas" da favela. "Não sei quantas "bocas" há. Isso depende da presença da polícia."
Segundo Braga, "venda de drogas tem em todos os pontos [da favela]", mas não perto dos postos policiais, onde, afirmou ele, "o policial prende [o traficante]."
Para ele, o número de policiais nos postos da Rocinha (seis por turno de 12 horas em cada um) não é o ideal, "porém, nunca houve problemas". Conforme o Censo 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a Rocinha tem cerca de 56 mil moradores.
"Se levarmos em conta o que estabelece o cálculo mundial do percentual de policiais em uma comunidade, chegaremos à conclusão de que é pouco [o número de PMs nos postos]."
O comandante do 22º BPM, tenente-coronel Álvaro Rodrigues, repetiu a fala de seu colega do Leblon. Segundo ele, no complexo da Maré não há pontos fixos de venda de drogas. Para ele, é possível comprar drogas ali porque "tem sempre alguém andando de moto, bicicleta. Os olheiros informam os locais da "boca'".
Segundo Rodrigues, o 22º BPM mantém, além dos homens lotados nos postos (cinco por turno em cada um), 30 policiais em seis carros patrulhando as 16 favelas da Maré, onde moram 132.176 pessoas, segundo a ONG Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré.
Procurados pela Folha, os tenentes-coronéis Murilo Lyra, do 9º BPM (responsável pela favela de Acari), e Marco Alexandre de Almeida, do 1º BPM (responsável pelo morro de São Carlos), não quiseram falar. (ST)


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