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OUTRO LADO
Policiais dizem que tráfico não tem área fixa
DA SUCURSAL DO RIO
Responsável pelo comando do 23º BPM (Batalhão de
Polícia Militar), no Leblon
(zona sul), e chefe da operação policial na Rocinha, o tenente-coronel Jorge Braga
disse à Folha desconhecer a
existência das cinco "bocas"
da favela. "Não sei quantas
"bocas" há. Isso depende da
presença da polícia."
Segundo Braga, "venda de
drogas tem em todos os
pontos [da favela]", mas não
perto dos postos policiais,
onde, afirmou ele, "o policial
prende [o traficante]."
Para ele, o número de policiais nos postos da Rocinha
(seis por turno de 12 horas
em cada um) não é o ideal,
"porém, nunca houve problemas". Conforme o Censo
2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a Rocinha tem cerca de
56 mil moradores.
"Se levarmos em conta o
que estabelece o cálculo
mundial do percentual de
policiais em uma comunidade, chegaremos à conclusão
de que é pouco [o número
de PMs nos postos]."
O comandante do 22º
BPM, tenente-coronel Álvaro Rodrigues, repetiu a fala
de seu colega do Leblon. Segundo ele, no complexo da
Maré não há pontos fixos de
venda de drogas. Para ele, é
possível comprar drogas ali
porque "tem sempre alguém
andando de moto, bicicleta.
Os olheiros informam os locais da "boca'".
Segundo Rodrigues, o 22º
BPM mantém, além dos homens lotados nos postos
(cinco por turno em cada
um), 30 policiais em seis carros patrulhando as 16 favelas
da Maré, onde moram
132.176 pessoas, segundo a
ONG Centro de Estudos e
Ações Solidárias da Maré.
Procurados pela Folha, os
tenentes-coronéis Murilo
Lyra, do 9º BPM (responsável pela favela de Acari), e
Marco Alexandre de Almeida, do 1º BPM (responsável
pelo morro de São Carlos),
não quiseram falar.
(ST)
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