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Líder de fórum pede transparência
DA REPORTAGEM LOCAL
"Há uma enorme falta de transparência nesta administração [da
Prefeitura de São Paulo]. Temos
dificuldade de obter informações.
Hoje, o grande alimentador de
nossas discussões é a imprensa,
que acaba investindo tempo para
conseguir dados que são direito
de todos e que não deveriam exigir nenhuma investigação."
Nada animador, o diagnóstico é
do economista Paulo Brasil Corrêa de Mello, conselheiro do Conselho Regional de Economia e
atual coordenador do Fórum de
Orçamento Público de São Paulo.
O fórum surgiu em 1998 por iniciativa do economista e hoje vereador Odilon Guedes (PT), que
estava na ocasião sem mandato.
Ele foi seu primeiro coordenador.
Uma vez por mês, a entidade faz
uma reunião aberta à comunidade para discutir as finanças municipais. A idéia é traduzir para a
população a situação da cidade.
Hoje, porém, como diz Mello, a
tradução parte de reportagens,
pois o fórum não consegue informações com a prefeitura.
"A Lei de Diretrizes Orçamentárias previa que uma cópia do Orçamento, por exemplo, fosse encaminhada ao fórum. A atual gestão, porém, eliminou a obrigação
da LDO", afirma o economista.
Mello estava no litoral durante a
semana passada e não pôde analisar os documentos aos quais a Folha teve acesso nem os cálculos
feitos pela reportagem.
Comentando em tese uma
eventual elevação artificial da dívida ativa, ele afirmou que a estratégia, se confirmada, visa "demonstrar a capacidade do governo de cumprir com suas obrigações" e "disfarçar uma situação
bem desconfortante do ponto de
vista político e administrativo".
"É difícil dizer algo [sobre a maquiagem] sem colocar o pescoço
na forca exatamente porque nós
estamos aqui, quase sem dados, e
eles lá, com tudo na tela do computador", disse o economista, para quem a prefeitura deve explicações sobre a correção adotada.
"O correto seria o balanço do
poder público ter, como se exige
da iniciativa privada, notas explicativas sobre índices e cálculos
que garantissem credibilidade. Aí
não teríamos dúvida do que realmente aconteceu."
(SC)
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