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Fibrina é usada como cola biológica
DA REPORTAGEM LOCAL
Do sangue, tudo se aproveita.
Além das plaquetas, ricas em fatores de crescimento, os dentistas
têm se utilizado da fibrina, uma
proteína esbranquiçada, insolúvel, que constitui a parte essencial
do coágulo sanguíneo.
Essa proteína, misturada com
alguns pingos da enzima trombina, tem se mostrado uma eficiente cola biológica, substituindo as
suturas tradicionais feitas com
pontos cirúrgicos.
Segundo o implantologista Nilton De Bortoli Júnior, professor
da Fundecto e da Sociedade Paulista de Cirurgiões Dentistas, as fibrinas podem ser obtidas da mesma maneira que são coletadas as
plaquetas.
A diferença é que essa coleta só é
possível por meio de uma centrífuga especial, capaz de separar as
plaquetas, as fibrinas e os outros
fatores sanguíneos.
As máquinas normalmente usadas para se obter o PRP (simples e
aférese), afirma ele, separam e
concentram apenas as plaquetas.
Bortoli Júnior diz que tem usado a cola de fibrina nas cirurgias
que realiza para enxertos de PRP.
Segundo ele, o processo de cicatrização se inicia em seis horas.
Pelo método tradicional, a cicatrização acontece em 20 horas.
Uma pesquisa feita pela Faculdade de Odontologia da USP
(Universidade de São Paulo), na
cidade de Bauru, avaliou as duas
técnicas em 15 pacientes submetidos a enxertos odontológicos. De
um lado da arcada dentária, os
enxertos foram suturados de forma tradicional, com pontos cirúrgicos. Do outro lado, foi utilizado
um adesivo com uma cola biológica feita de fibrina.
Clinicamente, os enxertos com
adesivos apresentaram menos inflamação, com tendência a recuperação mais rápida, além de menos dor, já que não passaram pelo
processo da costura cirúrgica, e,
portanto, não tiveram o tecido lesionado por agulhas.
O estudo foi apresentado como
tese de doutorado à USP pela
odontóloga Mônica de Oliveira.
A cola de fibrina, desenvolvida
pelo Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da
Unesp (Universidade Estadual
Paulista) de Botucatu, é composta
de veneno da cobra cascavel e fibrinogênio de grandes animais,
uma proteína do plasma responsável pela coagulação do sangue.
Essa universidade já havia feito
uma primeira experiência com o
produto no tratamento de uma
cirurgia em câncer de pele.
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