|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Polícia afirma que priorizou prisão de militares no Rio
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
A Secretaria Estadual da Segurança do Rio afirmou ontem
que dividiu as investigações do
caso do morro da Providência
em duas partes e priorizou inicialmente as prisões dos militares supostamente envolvidos,
para depois tentar prender traficantes do vizinho morro da
Mineira, apontados como os
efetivos assassinos dos três rapazes moradores.
A Folha mostrou ontem que,
três dias após o assassinato dos
três jovens do morro da Providência, a polícia do Rio ainda
não tinha feito perícia nem nenhuma investida no morro da
Mineira para tentar prender
traficantes locais, apontados
como assassinos.
Ontem, mais uma vez não
houve operações no local. Não
houve nem sequer perícia ou
exame de local, procedimento
técnico obrigatório para tentar
identificar onde teriam sido
mortos os rapazes. Nem a Polícia Militar e nem a Civil organizaram investida na favela para
tentar prender traficantes da
Mineira, que a polícia aponta
como assassinos.
Ninguém da favela foi preso
ou formalmente apontado pelo
crime pela polícia. Segundo o
secretário da Segurança, José
Mariano Beltrame, as investigações do crime estão "adiantadas" e ele pretende prender e
apresentar os criminosos no
"menor tempo possível".
"Temos de ter pressa, sim,
mas não podemos agir de maneira precipitada e atabalhoada, no sentido de procurar resolver um problema por termos outro problema", afirmou.
De acordo com o chefe de Polícia Civil, Gilberto Ribeiro, a
primeira fase da investigação
se fixou nos militares, porque o
trabalho foi facilitado pela
"certeza" da atuação do grupo
no crime. "Uma segunda fase
vem sendo desenvolvida e vamos dar seqüência para achar
os verdadeiros assassinos."
Moradores relataram que de
10 a 30 criminosos -o número
varia conforme o grupo de testemunhas- receberam os jovens da Providência das mãos
dos militares. Em seguida, os
traficantes teriam comandado
uma sessão de torturas.
Os três jovens foram mortos
a tiros com a suposta anuência
do chefe do tráfico local, Rogério Rios Mosqueira, o Ropinol
ou Macaé. Dois dos mortos tinham passagem pela polícia.
Texto Anterior: Exército liga assessor de senador a tráfico Próximo Texto: Pasquale Cipro Neto: Por falar em "cordial"... Índice
|