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Atendimento em hospitais cai 43,5% após a lei seca
Casos baixaram de 16.565 para 9.364 em 30 hospitais da região metropolitana
Análise foi feita comparando os atendimentos nos
dois meses seguintes à
nova medida com igual período do ano passado
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um novo balanço confirma a
tendência de queda das vítimas
de acidentes viários na Grande
São Paulo depois da lei seca,
que estabeleceu regras mais rígidas aos motoristas alcoolizados a partir de 20 de junho.
O levantamento da Secretaria de Estado da Saúde aponta
uma redução de 43,5% nos
atendimentos hospitalares a
acidentados no trânsito nos
dois meses seguintes à nova
medida, na comparação com
igual período do ano passado.
O número de acidentados
caiu de 16.565, em 2007, para
9.364, em 2008, em 30 hospitais com serviço de pronto-socorro da região metropolitana.
Em relação aos dois meses
anteriores à vigência da lei seca,
a diminuição chegou a 49,2%.
O balanço da pasta, ligada ao
governo José Serra (PSDB),
mostra que a quantidade de
atendimentos a vítimas de batidas entre veículos, quedas de
moto ou atropelamentos no segundo mês da medida (entre os
dias 21 de julho e 17 de agosto)
foi de 4.915, 10,5% superior aos
4.449 do primeiro mês (entre
19 de junho e 20 de julho).
O secretário de Estado da
Saúde, Luiz Roberto Barradas
Barata, atribui a variação à sazonalidade -há mais veículos
nas ruas em agosto, porque julho é mês de férias escolares.
Em 2007, houve essa mesma
tendência no período entre julho e agosto, com alta de 13%
nos atendimentos hospitalares.
A possibilidade de um relaxamento futuro da lei seca é alvo
de preocupação de analistas,
assim como ocorreu nos anos
seguintes à implantação do código de trânsito de 1998. "Se a
população perceber que não há
um controle efetivo, a população se acomoda e a lei cai no
descrédito", afirma José Montal, ligado à Abramet (associação de medicina de tráfego).
"A lei seca continua em exposição e a fiscalização se manteve rigorosa. Portanto não houve relaxamento. As pessoas ainda comentam nas ruas e de fato
estão mais cuidadosas", escreveu à Folha Barradas Barata.
As estatísticas sobre a dimensão do impacto da lei seca
na queda de acidentes e mortes
ainda não são consensuais.
A Polícia Rodoviária Federal
identificou redução de 12%, ante 2007, nas mortes nas estradas federais nos primeiros 30
dias após a medida. Já os dados
da Polícia Rodoviária Estadual
de São Paulo foram menos favoráveis -a queda se restringiu
a 1,04%, de 193 para 191, no
mês de julho na malha paulista.
Especialistas ressalvam que
a frota do Estado em um ano
cresceu 7%. Avaliam também
que as análises devem considerar vários indicadores -já que
um único grande acidente poderia afetar as conclusões.
Os números de atendimento
a vítimas de acidentes de trânsito nos quatro hospitais de referência da rede municipal de
saúde apresentaram redução
de 30% em julho e nos primeiros 13 dias de agosto em relação
ao mesmo período de 2007.
O IML (Instituto Médico Legal) também divulgou dados
sobre as mortes na capital
apontando redução de até 63%
em finais de semana.
Segundo técnicos, uma das
hipóteses para os dados na região metropolitana indicarem
melhoria superior à das estradas é a possibilidade de a lei seca ter menos impacto no interior, onde as ações de fiscalização e exposição do tema não foram tão freqüentes quanto nos
principais centros urbanos.
O secretário Barradas Barata
diz haver mais dificuldade para
reduzir as mortes nas rodovias
porque os acidentes são mais
violentos, devido à velocidade.
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