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NA MIRA
Gilberto Chateaubriand já foi 3 vezes vítima do crime; na última, 4 peças foram levadas
Vítima de furtos, colecionador vira "expert"
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Gilberto Chateaubriand, 78, o
mais importante colecionador
de arte moderna e contemporânea brasileiras, já foi vítima de
furto de obras por três vezes, o
mais recente há apenas quatro
meses. "Quer saber sobre roubo,
é só falar comigo."
Segundo Chateaubriand, quatro obras foram levadas de seu
apartamento no Leblon (zona
sul do Rio): a tela "O Circo", da
pintora Djanira (1914-1979),
dois desenhos de Waltércio Caldas e a obra "A Chuva", dos anos
60, de Rubens Gerchman.
"Nem informei ainda a polícia,
fui aconselhado a aguardar um
pouco, pois as obras podem reaparecer num leilão. Elas estavam
num armário e sumiram. Agora
coloquei cadeado nas portas."
Das quatro peças, certamente
Djanira é a mais valorizada. Em
um leilão no Rio, na última
quarta, uma tela da artista foi arrematada por R$ 69 mil. "Mas
uma peça do Gerchman dos
anos 60 também pode alcançar
um valor alto", conta Soraia
Cals, promotora do leilão.
Como as peças estão catalogadas -a tela de Djanira, por
exemplo, consta do livro "Entre
Dois Séculos", de Roberto Pontual, sobre a coleção do ex-diplomata-, Chateaubriand crê que
não será difícil recuperá-las, caso apareçam no circuito da arte.
O colecionador possui mais de
6.000 obras cedidas em comodato (empréstimo temporário) há
11 anos ao Museu de Arte Moderna do Rio. Lá está 99% de seu
acervo. Foi no MAM, em 90, que
o colecionador foi vítima de roubo pela segunda vez, com o desenho "Duas Mulheres", de Ismael
Nery (1900-1934).
A primeira história de roubo,
em 89, teve final feliz. "Levei algumas peças para serem emolduradas, entre elas um Volpi.
Quando fui buscá-las, o moldureiro disse que não tinha recebido nenhum Volpi. Depois, a
obra chegou pelo correio."
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