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Documento da ONU defende o tratamento
DA REPORTAGEM LOCAL
Três motivos podem explicar o
fato de poucos países investirem
em políticas de tratamento de dependentes químicos. Em primeiro lugar, afirma documento divulgado pelas Nações Unidas na
semana passada, está a idéia de
que a questão das drogas é problema só de delinquentes.
Segunda explicação: as altas taxas de insucesso dos programas
de tratamento -até 70% deles falham. O terceiro ponto que impediria a instalação de redes de tratamento seria a idéia de que a droga é problema de cada um, e não
da sociedade, aponta o documento das Nações Unidas.
O custo médio do início de um
tratamento ambulatorial de cocaína nos EUA é de US$ 2.722. O
custo da dependência não tratada
é estimado em US$ 43.200. O argumento econômico é intensamente explorado no texto, com o
objetivo de mostrar as perdas que
existem para toda a sociedade.
Ao avaliar a idéia de que o uso
de droga deva ser combatido com
a cadeia, o documento traz mais
cifras: um país em desenvolvimento como a Tailândia gastou
em 1999 US$ 7 milhões com o tratamento do abuso de drogas. Isso
contra US$ 156 milhões do orçamento penitenciário de 2000
(102.505 dos 156.126 reclusos
eram narcodelinquentes).
Para contrapor a tese de que os
tratamentos não dão certo (e de
que por isso não valeria investir
neles), o documento faz comparação com as terapias de asma, hipertensão e diabetes.
O documento aponta estudos
que mostram que menos de 60%
dos diabéticos adultos do tipo 1
completam o tratamento e que
menos de 40% dos asmáticos e
dos hipertensos o atendem plenamente. "Considerando as taxas de
cumprimento e recaída bastante
parecidas, é interessante que não
se questione seriamente a eficácia
dos tratamentos de diabetes, hipertensão ou asma e que também
não se discuta se devem ser mantidas as suas coberturas nos serviços médicos", diz o texto.(FL)
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