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INVERNO
Roteiro traz lojas para a temporada de liquidações, que está sendo considerada por lojistas a maior da história
Lojistas antecipam promoções para queimar estoques
DA REVISTA
Bem-vindo à megatemporada
de liquidações e promoções. Nas
próximas semanas, o paulistano
vai assistir ao maior e mais diversificado festival de ofertas da cidade, da lojinha de lingerie da esquina às chiquérrimas grifes de shoppings e dos Jardins.
"É o maior fenômeno de liquidações da história", define Nabil
Sahyoun, 52, presidente da
Alshop (Associação Brasileira de
Lojistas de Shopping).
Há bons motivos que justificam
a pressa dos comerciantes, que,
geralmente, começam a liquidar a
coleção de inverno no final de
agosto e começo de setembro.
Primeiro, a redução nas vendas.
Entre os shoppings, que não costumam sentir tanto os efeitos das
crises econômicas, há perda de
2% no faturamento no primeiro
semestre deste ano em relação ao
mesmo período do ano passado.
É o primeiro desempenho negativo do setor em dez anos. "Agora
estamos precisando fazer caixa",
explica Sahyoun.
Segundo motivo de preocupação: os estoques altos demais,
que, na linguagem do mercado,
precisam ser "desovados" para
dar lugar às novas coleções.
Para completar o cenário ruim
para os lojistas, o frio demorou
para chegar, e as prateleiras continuam abarrotadas de casacos,
blusas de lã e jaquetas.
Uma parte dos comerciantes
apostou que o inverno não chegaria e resolveu dar descontos desde
o início deste mês. "Como o frio
deu as caras com atraso, não há
como recuar. Outros já estão liquidando por causa das vendas
em baixa", explica Antonio Carlos Borges, 61, diretor-executivo
da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
Para atrair o consumidor, pela
primeira vez, o Liquida São Paulo,
que reúne em uma promoção boa
parte dos shoppings da capital e
do interior, vai oferecer prêmios,
como carros e até apartamento.
Com início previsto para 16 de
agosto, o Liquida aposta que no
mês que vem os compradores estarão com mais dinheiro no bolso. "Haverá uma injeção na economia com o pagamento da diferença do Fundo de Garantia e a
restituição do Imposto de Renda", diz Sahyoun.
As rebaixas vão compensar
uma alta de preços no setor. Mesmo com uma deflação geral de
0,16% em junho último em relação a maio, o vestuário subiu
1,09% no período, sendo que os
agasalhos femininos tiveram alta
de 2,61%, contra 1,84% do masculino, segundo dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Quem pode pagar à vista consegue ainda mais desconto. "Sempre tem uns jurinhos em cima do
famoso "até três vezes sem juros".
Desconfie sempre", diz Eugênio
Foganholo, 44, consultor especialista em varejo. Seu colega Marcos
Gouvea, 54, aconselha: não compre logo de cara. Os descontos
tendem a aumentar ainda mais.
"Praticamente todos os segmentos duráveis e não-duráveis
estão dentro da "promomania",
disputando o consumidor, uma
espécie cada vez mais rara", diz.
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