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Apesar do acesso difícil, ladrões levaram parte das tubulações e chapas de metal
DA SUCURSAL DO RIO
Embora o aqueduto secular
da serra do rio da Prata seja alcançado somente por trilha íngreme e fechada, em caminhada de 90 minutos por dentro da
floresta e com a travessia de pelo menos três rios, os ladrões já
descobriram o lugar e têm agido com facilidade.
A parte das tubulações inglesas que não está protegida pela
floresta já foi levada, assim como o filtro de cobre (cerca de
100 kg) e as chapas de metal
que revestiam as lajotas de pedra do reservatório.
Todo o material guardado
havia décadas em um galpão foi
furtado. Aliás, o galpão também
sumiu. Até as paredes desapareceram. Sobrou apenas a escadaria de pedra.
Há cinco anos, o vigia informal do aqueduto, Higino Nunes de Castro, 65, levou um tiro
na barriga, quando deixava seu
casebre à noite para verificar
um barulho estranho que ouvira pouco antes. O agressor nunca foi identificado.
Castro imagina que o tiro de
espingarda foi disparado por algum ladrão que se sentira incomodado com a sua presença no
lugar. Ensangüentado, ele correu serra abaixo, até desfalecer
na trilha. Foi socorrido por um
colega. Passou 15 dias hospitalizado. Voltou ao reservatório
três meses depois do ocorrido.
O galpão e todo o material que
estava guardado no local tinham desaparecido.
Dos 7,5 km de tubulações em
ferro fundido, já desapareceram as peças que passam pela
parte baixa do Parque Estadual
da Serra Branca -da qual a serra faz parte- e fora dele.
O que resta está protegido
pelas árvores e pelo relevo acidentado do lugar. Só não se sabe até quando.
Parque
O Parque Estadual da Pedra
Branca é administrado pelo
IEF (Instituto Estadual de Florestas), órgão do governo do
Estado do Rio de Janeiro. Estende-se por 12,5 mil hectares
(125 quilômetros quadrados)
da zona oeste carioca. Na página do IEF na internet, não há
referência ao aqueduto perdido
do rio da Prata.
Mesmo amedrontado, Castro diz manter-se vigilante na
proteção do aqueduto.
"Eu venho aqui para afastar a
vagabundagem e os maconheiros que andam no mato", afirma ele.
(ST)
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