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Decreto prejudica professor com mais tempo na rede estadual
DA REPORTAGEM LOCAL
O decreto assinado pelo governador José Serra (PSDB),
que deu início à greve, pode deixar sem trabalho ou com as piores turmas os professores temporários com mais anos dedicados à rede pública estadual.
A nova legislação institui
prova a esses professores -que
são 100 mil ou 40% do total de
docentes- para determinar
quem terá preferência na escolha das aulas no início do ano.
Atualmente, esta ordem é estabelecida por número de pontos acumulados, de acordo com
a quantidade de aulas dadas na
rede -o que faz com que os
mais antigos consigam as melhores colocações na lista. Muitos professores chegam a se
aposentar como temporários.
"Me formei há 20 anos, não
tenho como concorrer com um
jovem que prestou vestibular
três, quatro anos antes", reclama Maria José Marques, 52,
que dá aula para a 1ª série. "Depois de uma vida inteira dando
aulas, minha experiência pode
não valer nada e eu acabar ficando para trás na atribuição
[de classes para o ano letivo]."
"Ficar para trás" significa ter
que escolher entre as escolas
mais mal localizadas, abandonadas e violentas. "Tem escola
em que a criança precisa é de
comida, de médico", diz a professora. Relatos de violência,
vandalismo e falta de respeito
ao professor também estavam
entre as principais reclamações
durante o protesto.
(CR e RS)
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