São Paulo, domingo, 22 de junho de 2008

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Qualidade de água tem pior nível desde 2002

DA REPORTAGEM LOCAL

A qualidade da água testada nos pontos de captação para consumo humano no Estado caiu no ano passado em relação a 2006 e, pelos padrões da Cetesb, foi a pior desde 2002.
A Cetesb realiza testes quase sempre mensais nos pontos em que as empresas de saneamento recolhem a água para tratar e faz uma classificação que varia de péssimo a ótimo.
Além da presença de resíduos de esgoto, a Cetesb avalia a concentração de elementos como mercúrio, cromo e níquel, além da presença das chamadas cianobactérias. A maior quantidade delas foi encontrada na represa Billings, na Grande São Paulo.
Esse grupo de bactérias pode produzir toxinas que redundam em tumores e efeitos nocivos em órgãos como rins, baço e coração e o sistema nervoso.
No ano passado, pela classificação da Cetesb, 31% dos pontos de captação estavam na condição ótimo/bom, com 24% de regular e 46% de ruim/péssimo. Em 2006, 55% dos pontos estavam em ótimo/bom.
O gerente do departamento de águas superficiais e efluentes líquidos da Cetesb, Eduardo Mazzolenis de Oliveira, tranqüiliza: não há motivo para suspender a captação em nenhum dos pontos testados.
Segundo Oliveira, a queda do padrão se deve à associação de fatores como insuficiência de tratamento de esgoto e manejo inadequado do solo agrícola, agravado pelas chuvas.
"É fundamental continuar ampliando o saneamento no Estado, particularmente o tratamento dos esgotos, e a remoção de carga orgânica", afirma.
Na opinião de Antonio César Costa e Silva, técnico da Sabesp, a situação preocupa. Mas ele não está pessimista. "Na Grande São Paulo as represas permaneceram estáveis. No Alto Tietê não teve alteração onde a Sabesp capta a água. Isso não afetou nosso custo de tratamento", afirma.
De toda água retirada pela Sabesp desses pontos avaliados pela Cetesb -68,7 mil litros por segundo-, 40 mil estão na classificação ótimo/bom, o que inclui o maior ponto de captação, a represa do Juqueri, em Mairiporã (Grande São Paulo).
Outro grande manancial da região metropolitana, a represa de Guarapiranga, que fornece 13,9 mil litros por segundo, está na faixa ruim da classificação.


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