|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CANDELÁRIA PAULISTA
Homem perdeu um dos dedos do pé; para OAB, politizar a chacina em SP pode ameaçar a investigação
Bomba fere morador de rua em novo ataque
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois dias após o maior ataque
contra moradores de rua já registrado em São Paulo, um novo caso de agressão aconteceu em Itaquera, na zona leste da capital.
Um homem foi vítima, possivelmente, de uma bomba de fabricação caseira, segundo o Hospital
Municipal Professor Valdomiro
de Paula, onde ele está internado.
O homem perdeu um dos dedos
do pé esquerdo e corre risco ter
amputado outros dois. De acordo
com o plantão administrativo do
hospital, ele deu entrada ontem,
às 17h54, com fratura exposta e já
sem o quinto dedo do pé. Embora
consciente, ele não chegou a se
identificar nem a dizer a idade.
O morador foi atendido no centro cirúrgico do hospital em Itaquera e estava em recuperação até
o fechamento desta edição. Ele
não corre risco de morte.
Alerta da OAB
A troca de acusações entre o governo do Estado e a Prefeitura de
São Paulo relacionadas ao ataque
a pelo menos dez moradores de
rua no centro da cidade, na última
quinta-feira, pode comprometer
o andamento das investigações.
O alerta foi feito pelo representante da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Hédio Silva
Júnior, da Comissão de Direitos
Humanos da entidade, que vem
acompanhando as investigações.
"O posicionamento da OAB é o
de advertir a sociedade para os
riscos de uma possível politização
do fato, até por respeito aos mortos. Isso pode vir a comprometer
a apuração", disse Silva Júnior.
Segundo ele, interesses eleitorais não devem se sobrepor ao critério técnico das investigações.
Após o ataque em série, em que
quatro homens morreram, a administração Marta Suplicy (PT)
divulgou nota com críticas à ação
do Estado, comandado pelo tucano Geraldo Alckmin, na área de
segurança. Já o secretário estadual
da Segurança Pública, Saulo de
Castro Abreu Filho, disse que os
albergues, que são responsabilidade municipal, são insuficientes.
Para Silva Júnior, a prefeitura
dispõe de informações substanciais devido ao trabalho dos agentes da Secretaria de Assistência
Social com a população de rua.
Ele disse que as informações até
agora não permitem descartar nenhuma hipótese quanto à autoria.
As três principais linhas de investigação da polícia são: briga
entre os próprios moradores de
rua, ação de grupos organizados e
movimento financiado por comerciantes da área. A Associação
Comercial de São Paulo classificou essa hipótese de "absurda".
Texto Anterior: Candelária paulista: Politizar caso ameaça investigação, diz OAB Próximo Texto: Visitas tentam identificar vítimas Índice
|