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Colômbia importa modelo americano
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo colombiano importou assessoria, treinamento e equipamentos dos EUA para construir novas prisões e remodelar seu sistema penitenciário, que
abriga hoje guerrilheiros e líderes do narcotráfico internacional.
Segundo o jornalista Ricardo Calderón, que coordena a equipe de investigação do jornal ""Semana", as prisões de segurança máxima de Valledupar (900 km de
Bogotá) e Acacía (250 km da capital) já foram construídas de acordo com modelos americanos.
Por meio dessa parceria foram trazidos para o país, por exemplo, equipamentos para detecção de túneis. No país, as prisões de segurança máxima estão subordinadas ao governo federal, ligadas ao Inpec (Instituto Nacional Penitenciário e Carcerário).
Nessas unidades, os funcionários utilizam equipamentos de
raio-X para detectar se as visitas
dos presos carregam celulares, armas ou drogas dentro do corpo.
""As autoridades sabem que a
maioria dos elementos que ingressam nas prisões, desde drogas
até telefones, são introduzidas durante as visitas de mulheres", afirma o jornalista.
Na Colômbia, a Corte Constitucional proibiu a revista íntima
obrigatória. No Brasil, mulheres
de presos fazem uma espécie de
ginástica -movimento de agachar e levantar- na frente de
agentes penitenciárias para verificar se não carregam nada escondido dentro dos corpos.
Para o repórter para a América
Latina de ""El Nuevo Herald" Gerardo Reyes, membro da equipe
do jornal ""Miami Herald" que ganhou o Pulitzer em 99, os melhores aparelhos e instalações de segurança máxima não resolvem se
houver corrução.
Segundo ele, é importante separar o narcotraficante do criminoso comum. ""São pessoas que lidam com muito dinheiro e poder,
não podem estar misturadas com
a população carcerária comum,
porque é mais fácil para eles organizar quadrilhas e estão mais expostos a serem assassinados."
Vigilância
Além de fornecimento de tecnologia e equipamentos, os próprios
americanos fazem ações de inteligência em relação a grandes traficantes, os que aguardam para serem extraditados e podem ser resgatados.
Nos EUA, afirma Reyes, narcotraficantes condenados e que oferecem elevado risco de fuga são confinados em prisões especiais, como a de Mario (Illinois), criticada até por organizações de direitos humanos por causa de seus
métodos de controle interno.
O líder máximo do cartel de Medellin, Carlos Lehder, esteve preso
lá, em uma cela de dois por dois metros, sem janelas, onde podia
ter uma hora de banho de sol ao dia e não recebia visitas. As comunicações por telefone são proibidas para esses presos.
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