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Crimes do colarinho branco são os preferidos por organização no ES
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA
A atuação do crime organizado
no Espírito Santo, de acordo com
os integrantes da missão especial
enviada ao Estado pelo Ministério
da Justiça, se concentra nos crimes do colarinho branco, que envolvem o sistema financeiro nacional, desvio de verbas públicas e
lavagem de dinheiro.
A missão especial foi convocada
em julho do ano passado para
compensar o arquivamento do
pedido de intervenção federal pelo procurador-geral da República,
Geraldo Brindeiro. O pedido foi
feito pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) depois do assassinato, em abril, do advogado
Marcelo Denadai.
A missão conseguiu a prisão
preventiva do ex-presidente da
Assembléia Legislativa José Carlos Gratz (sem partido) e a cassação de seu registro de candidatura. Ex-banqueiro do jogo do bicho, ele foi indiciado no relatório
da CPI do Narcotráfico, da Câmara dos Deputados, como um dos
líderes do crime organizado no
Estado. Foi acusado de contravenção, corrupção no serviço público estadual, sonegação de impostos, malversação de dinheiro
público e lavagem de dinheiro.
"Aqui o crime organizado está
dentro do governo ou pelo menos
protegido por setores muito influentes. Há uma atividade política que se presta a assegurar os objetivos do crime organizado", disse o presidente da seção capixaba
da OAB, Agesandro Pereira.
A missão também prendeu preventivamente o empresário Carlos Guilherme Lima, que daria suporte financeiro ao crime.
As investigações se concentram
agora na remessa ilegal de dinheiro de empresários, que seriam testas-de-ferro de autoridades públicas, para o exterior. O lado violento da estrutura estaria ligado à
Scuderie Le Cocq, que funcionaria como um esquadrão da morte.
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