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Esquema de lavagem de dinheiro criado em MS passaria pelos EUA
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O Ministério Público Federal investiga nos EUA e no Uruguai um
esquema de lavagem de dinheiro
que seria montado pelo crime organizado de Mato Grosso.
Pedro Taques e Guilherme
Schelb, procuradores da República em Cuiabá e em Brasília, respectivamente, realizaram no início do mês uma missão nas cidades de Orlando e Nova York.
Eles disseram a seus colegas
norte-americanos que os bens do
"comendador" João Arcanjo Ribeiro, 51, acusado de ser o chefe
do crime organizado em Mato
Grosso, foram declarados indisponíveis pela Justiça brasileira.
Entre os bens está um hotel em
Orlando, na Flórida. Foram investidos US$ 40 milhões no projeto.
Em depoimento à Justiça, o
contador Luiz Alberto Dondo
Gonçalves, 51, acusado de fazer a
contabilidade do crime organizado, afirmou que Arcanjo possui
55% de cotas do hotel.
O empreendimento foi financiado pelo Ocean Bank, de Miami
(US$ 25 milhões), e pelo Deustch
Bank, de Nova York (US$ 14 milhões), segundo informação de
Dondo Gonçalves.
Arcanjo tem prisão decretada e
também foi denunciado (acusado
formalmente) por formação de
quadrilha, exploração de caça-níqueis e sonegação de R$ 1 bilhão.
O promotor de Justiça do Grupo de Combate ao Crime Organizado Mauro Zaque de Jesus afirma que o esquema de lavagem de
dinheiro passa por empresas e
bancos também no Uruguai.
Quando o esquema de Arcanjo
começou a ser desmontado, em
abril de 2002, ocorreram uma série de assassinatos.
Arcanjo está foragido desde o
início de dezembro, quando teve
a prisão preventiva decretada. Em
nota distribuída no dia 4 de dezembro, Arcanjo negou envolvimento com o crime organizado.
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