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Peixe e helicóptero viram armas contra doença
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Para contornar a escassez de recursos e ampliar as ações contra o
mosquito ao menor custo possível, alguns municípios recorreram a soluções pouco convencionais -de peixes a helicópteros-
para tentar manter a dengue sob
controle.
Em Santos, o Programa Municipal de Combate à Dengue emprega peixes recolhidos nos canais de
drenagem da cidade para povoar
locais onde há dificuldade para
remover água acumulada.
Conhecido como guaru, o peixe
mede até cinco centímetros, se reproduz rapidamente e é um predador das larvas do Aedes aegypti. Segundo o coordenador do
programa, Marcelo Brenna do
Amaral, em todos os locais onde
foi introduzido o peixe, os focos
do mosquito desapareceram.
Esses locais são imóveis abandonados ou obras interrompidas
de prédios que estão sob embargo
judicial. Há 450 imóveis nessas
condições em Santos.
"Se colocamos os dois num balde, os peixes parecem piranhas
atacando as larvas", disse José
Wilson Cardoso, supervisor de
equipe de agentes de dengue.
Outro recurso empregado pelo
programa é o sal grosso desperdiçado em operações no terminal
do produto no porto da cidade.
Sujo e escurecido, esse sal não
serve para consumo, mas mata as
larvas ao ser colocado em pneus,
recipientes e poças d'água.
Relatório dos prefeitos da Baixada Santista aponta insuficiência de equipes para realizar adequadamente todas as visitas.
Em Sorocaba, que tem um único caso de dengue neste ano, a
prefeitura aluga um helicóptero
para achar caixas d'água destampadas no alto das casas. Durante
o sobrevôo, um funcionário grava
as imagens com uma câmara. Depois, outro assiste à fita e manda
os agentes aos locais.
"Eliminamos mais de uma centena de criadouros", afirmou o
secretário da Saúde, Vitor Lippi.
As ações antidengue de Sorocaba incluíram ainda o treinamento
de 50 mil alunos de até 10 anos
das redes de ensino pública e particular do município.
Eles foram submetidos a um
curso de capacitação e receberam
certificados de "agentes mirins"
de combate à dengue.
"Muitos dos diagnósticos de focos foram feitos por meio das
crianças, que detectaram larvas
nas suas casas", disse o secretário.
Os templos evangélicos e as
igrejas católicas também foram
alvo das ações. Um texto para
orientar as pessoas a respeito da
dengue foi produzido especialmente para ser lido em cultos e
missas. (FS e FL)
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