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Família do Grajaú espera 1 ano para matricular menina
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A diarista Ivone Gabriel Silva, 39, esperou, por um ano,
uma vaga na creche para a filha
Evelyn Gabriel Santos, de 2
anos e 6 meses.
Durante esse tempo, ela largou o emprego para cuidar da
criança. A família, de cinco pessoas, passou a viver com R$ 95
por mês recebidos do Bolsa Família. O marido de Ivone -ajudante de pedreiro, que estava
desempregado na época- conseguia complementar o orçamento doméstico em alguns
meses, com bicos.
"Era difícil, dava para comprar o básico e pagar algumas
contas", diz. "Dei sorte porque
assim que ela [a filha Evelyn]
foi chamada [na creche] eu
consegui arrumar emprego",
afirma.
Ivone diz que para os outros
dois filhos mais velhos foi ainda
mais difícil conseguir uma vaga
em creches.
Nem a outra menina, hoje
com nove anos, nem o filho
mais velho, atualmente com 17
anos, puderam freqüentar creches porque não foram chamados até completarem três anos
-idade a partir da qual as
crianças são encaminhadas à
pré-escola.
Moradora do Grajaú, onde a
fila da creche é a maior da cidade, a diarista lista os vizinhos
que atualmente passam pela
mesma dificuldade em conseguir uma vaga.
Sem aviso prévio
Terezinha Nila da Silva, 48,
avó de Felipe Batista da Silva,
de 1 ano e 8 meses, é uma das
pessoas que passam pela situação. O menino está à espera de
uma vaga desde meados do ano
passado.
Durante um período, a família contratou uma adolescente
vizinha de 16 anos para tomar
conta da criança, a um custo
mensal de R$ 100.
Mas a alternativa não deu
certo, e a avó da criança parou
de trabalhar para cuidar dele.
"Tive que me demitir e sem
cumprir o aviso prévio", lembra. "Ainda tive que pagar
R$ 400 à empresa."
(TB)
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