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São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003

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Pais não devem associar remédio a doce

DA REPORTAGEM LOCAL

Os antidepressivos, os anticonvulsivantes, os analgésicos e os antigripais são os medicamentos mais frequentemente envolvidos em intoxicações infantis. Em geral, a criança encontra os remédios em locais de fácil acesso, como em cima de móveis e no interior da bolsa da mãe.
Segundo a médica toxicologista Darcilea Alves do Amaral, os pais devem evitar associar remédio a doce. "É comum tentarem convencer o filho a tomar remédio falando que é balinha", diz, lembrando que esse tipo de argumento desperta a curiosidade da criança, que, em uma situação de descuido, leva o remédio à boca.
Ocorrendo a intoxicação, afirma Amaral, é importante que os pais procurem um pronto-socorro e levem junto a caixa do remédio ingerido pelo filho.
É a partir dessas informações que a equipe médica vai encontrar antídotos para combater os efeitos da intoxicação. Por isso, é importante que as embalagens não sejam reaproveitadas. Uma informação errada pode colocar em risco a vida da criança.
Em alguns casos, segundo ela, a mãe relata não ter visto o filho ingerir o remédio, o que torna necessário fazer uma análise do sangue da criança para, junto com a observação dos sintomas, adotar o tratamento correto.
Segundo a gastroenterologista Vera Lúcia Sdepanian, da Unifesp, a intoxicação por antiinflamatórios e antitérmicos pode provocar hemorragia digestiva. É o caso do paracetamol, cujos sintomas só aparecem após 48 horas. O principal problema não é o remédio em si, mas o subproduto dele no organismo. Na metabolização pelo fígado, são liberadas substâncias tóxicas, capazes de causar lesões hepáticas, como a cirrose. Em casos mais graves, o processo pode levar à morte.
Para José Américo de Campos, da Sociedade Brasileira de Pediatria, além das intoxicações acidentais, são comuns as provocadas por engano dos pais, especialmente durante a noite.
Segundo Campos, outro tipo de intoxicação comum entre as crianças é com plantas tóxicas cultivadas tanto dentro quanto fora de casa. A folhagem comigo-ninguém-pode é a recordista de casos, segundo o Sinitox.

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