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Pais não devem associar remédio a doce
DA REPORTAGEM LOCAL
Os antidepressivos, os anticonvulsivantes, os analgésicos e os
antigripais são os medicamentos
mais frequentemente envolvidos
em intoxicações infantis. Em geral, a criança encontra os remédios em locais de fácil acesso, como em cima de móveis e no interior da bolsa da mãe.
Segundo a médica toxicologista
Darcilea Alves do Amaral, os pais
devem evitar associar remédio a
doce. "É comum tentarem convencer o filho a tomar remédio falando que é balinha", diz, lembrando que esse tipo de argumento desperta a curiosidade da
criança, que, em uma situação de
descuido, leva o remédio à boca.
Ocorrendo a intoxicação, afirma Amaral, é importante que os
pais procurem um pronto-socorro e levem junto a caixa do remédio ingerido pelo filho.
É a partir dessas informações
que a equipe médica vai encontrar antídotos para combater os
efeitos da intoxicação. Por isso, é
importante que as embalagens
não sejam reaproveitadas. Uma
informação errada pode colocar
em risco a vida da criança.
Em alguns casos, segundo ela, a
mãe relata não ter visto o filho ingerir o remédio, o que torna necessário fazer uma análise do sangue da criança para, junto com a
observação dos sintomas, adotar
o tratamento correto.
Segundo a gastroenterologista
Vera Lúcia Sdepanian, da Unifesp, a intoxicação por antiinflamatórios e antitérmicos pode
provocar hemorragia digestiva. É
o caso do paracetamol, cujos sintomas só aparecem após 48 horas.
O principal problema não é o remédio em si, mas o subproduto
dele no organismo. Na metabolização pelo fígado, são liberadas
substâncias tóxicas, capazes de
causar lesões hepáticas, como a
cirrose. Em casos mais graves, o
processo pode levar à morte.
Para José Américo de Campos,
da Sociedade Brasileira de Pediatria, além das intoxicações acidentais, são comuns as provocadas por engano dos pais, especialmente durante a noite.
Segundo Campos, outro tipo de
intoxicação comum entre as
crianças é com plantas tóxicas
cultivadas tanto dentro quanto
fora de casa. A folhagem comigo-ninguém-pode é a recordista de
casos, segundo o Sinitox.
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