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Bafômetro "flagra" 2 bombons de licor
Em teste supervisionado pela PM, aparelho acusou 0,21 mg de álcool, o suficiente para perder o direito de dirigir por 1 ano
Mesma quantidade de cerveja ingerida resultou em um índice mais alto para uma mulher do que o apontado para um homem
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Dois bombons com recheio
de licor podem ser o suficiente
para que o motorista leve uma
multa de R$ 955, sete pontos na
carteira de habilitação e suspensão do direito de dirigir por
um ano, de acordo com a nova
lei que regulamenta os níveis
de tolerância de álcool.
O teste, realizado em um bafômetro da Polícia Militar, foi
feito imediatamente após o
consumo dos doces -o que, segundo a PM, pode ter sido a
causa de o equipamento ter
acusado o alto teor (0,21 mg de
álcool por litro de ar expelido).
Pela nova lei, a partir de 0,1
mg/l, o motorista está sujeito à
multa e à suspensão da habilitação. Com mais de 0,3 mg/l, o
condutor pode pegar detenção
de até três anos.
A reportagem da Folha se
submeteu ontem à tarde a testes de alcoolemia, após o consumo de substâncias alcoólicas, em bafômetros da PM,
com a supervisão do capitão
Denilson Storai, no Batalhão
de Trânsito da capital.
Os bombons, recheados com
licor de cereja, são dos mais
vendidos pela Kopenhagen, segundo um vendedor. Foram ingeridos por uma repórter de 26
anos que consome bebidas alcoólicas esporadicamente.
O mesmo teste, feito 30 minutos depois do primeiro -e
após o consumo de um quarto
de uma lata de cerveja-, indicou 0,1 mg/l. Com mais 30 minutos, o bafômetro já não acusava consumo de álcool.
"Caso duvide do resultado, o
motorista pode pedir para que
o policial repita o teste após alguns minutos", diz Storai.
Outras duas pessoas -um
repórter de 24 anos e uma jornalista de 34, que consomem
álcool duas vezes por semana-
também fizeram o teste.
A jornalista, após ter bebido
uma lata de cerveja, apresentou 0,17 mg/l. Após a segunda
lata, a concentração subiu para
0,38 mg/l. O repórter, após
consumir uma lata, também já
estaria sujeito à multa, já que
apresentou 0,12 mg/l. Após
duas latas, obteve 0,29 mg/l e,
com mais meia lata, 0,42 mg/l.
Os testes foram repetidos em
bafômetros descartáveis que
confirmaram os resultados do
aparelho da PM. O produto
custa R$ 14 e, embora não seja
usado pela PM, é regulamentado pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).
(RICARDO SANGIOVANNI, TALITA BEDINELLI e MÁRCIA PEREIRA)
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