São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2008

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Secretária promete 70 mil novas vagas para reduzir número de temporários

RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

A secretária da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, disse que não mudou o trecho do decreto que limita a rotatividade dos professores e que, para diminuir o número de docentes temporários, abrirá concurso ainda neste ano para 70 mil cargos efetivos. A seguir, trechos da entrevista à Folha:

 

FOLHA - Por que a Secretaria da Educação fez mudanças no decreto?
MARIA HELENA GUIMARÃES DE CASTRO - Não foram mudanças, foram ajustes pontuais. A questão central do decreto [o tempo mínimo de substituição, de 200 dias letivos] não foi mexida, é um ponto inegociável. Estamos lutando contra a rotatividade de professores. Também mantivemos a prova para os professores temporários [para decidir a ordem dos que poderão escolher turmas no início do ano].

FOLHA - O governo errou ao criar um decreto sem ouvir o sindicato?
CASTRO - Se abríssemos negociação antes, seria impossível chegar a um consenso mínimo.

FOLHA - As mudanças no decreto foram forçadas pela greve?
CASTRO - As entidades queriam que revogássemos o decreto. Dissemos que isso era impossível, mas aceitamos receber sugestões para aprimorar o decreto. Muitas foram recusadas. Adequamos o que foi possível.

FOLHA - Como a sra. avalia a greve?
CASTRO - É uma reação a ações que mexem na estrutura do sistema e são fundamentais para melhorar a qualidade. De qualquer forma, a adesão é muito pequena. Nosso levantamento mostra que 8.400 professores aderiram, num universo de 240 mil. É muito pouco.

FOLHA - A greve agora termina?
CASTRO - As entidades receberam bem os pequenos ajustes que fizemos e a proposta de reajuste [salarial]. Só a Apeoesp [sindicato] questionou a prova para professor substituto.

FOLHA - A secretaria não pode abrir vagas efetivas para diminuir os 100 mil professores temporários?
CASTRO - Estamos encaminhando [à Assembléia] um projeto para criar 70 mil cargos efetivos de jornada reduzida de dez horas. Isso é importante, porque há disciplinas que têm só duas aulas por semana, como sociologia, filosofia e inglês.


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