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Alto Tietê está na "fila da degradação"
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois do Guarapiranga, o próximo sistema de abastecimento
da Grande São Paulo na "fila da
degradação" é o Alto Tietê. A piora da qualidade da água armazenada, principalmente na represa
Taiaçupeba, já preocupa a Sabesp,
a Cetesb, o Dusm (Departamento
do Uso do Solo Metropolitano) e
especialistas do assunto.
Para a empresa de saneamento,
o Alto Tietê passa, ao menos desde 1998, por um processo de deterioração semelhante ao enfrentado pelo Guarapiranga no fim dos
anos 80, que culminou, em 1991,
com a uma proliferação tão intensa de algas, que se formou uma
crosta verde sobre a represa.
As diferenças no caso do Alto
Tietê são duas: a existência hoje
de um sistema de tratamento
mais avançado do que nos anos
90, que facilita por um lado lidar
com as algas; e a diversidade das
fontes de poluição, o que não
ocorre na Guarapiranga e dificulta atacar a raiz do problema.
Além do esgoto doméstico, vão
parar nas represas também solo e
nutrientes agrícolas -na região
está o Cinturão Verde de São Paulo, reduto da produção de hortaliças- e efluentes industriais.
Isso sem falar na especulação
imobiliária já desencadeada pelos
dois novos reservatórios do sistema, Biritiba e Paraitinga, que estão sendo implantados. "As pessoas querem ter um sítio em cima
da represa e temos de ficar atentos
contra desmatamentos", diz José
Abilio de Gouveia Teixeira, que
coordena o Dusm na região.
A área de mananciais do Alto
Tietê é a maior da Grande São
Paulo, mas tem o menor número
de agentes do Dusm: cinco pessoas para fiscalizar 1.332 km2
(quase a cidade de São Paulo).
Teixeira afirma que o órgão intensificou o trabalho com a Casa
da Agricultura de Mogi das Cruzes para melhoramento das técnicas agrícolas.
(MV)
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