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Pedido de linha requer apenas dados pessoais
DA REPORTAGEM LOCAL
As linhas telefônicas fixas, que
podem ser adquiridas sem a necessidade de apresentação de documentos ou a presença do interessado na empresa, viraram alvo
de estelionatários. Os golpes acumulam boletins de ocorrência nas
delegacias de São Paulo.
Como o pedido de linhas pode
ser feito por telefone, estelionatários informam os números de
identidade e CPF de outros clientes. As vítimas só percebem a
fraude quando recebem a cobrança das dívidas ou têm o nome incluído na Serasa ou no SPC.
Só no 3º Distrito Policial, área
onde fica a sede da Telefônica, são
20 boletins de ocorrência por
mês. "Pedem só os números do
CPF e do RG para conseguir as linhas. Fica muito fácil para os estelionatários", diz Clóris Nei Sibuta,
chefe dos investigadores.
O analista de sistemas Celso Ricardo Barboza, 29, diz que teve
seu nome incluído no SPC por
três meses. Os débitos de quatro
linhas estavam em R$ 10 mil
quando ele descobriu o golpe. A
Telefônica cancelou a dívida.
"O problema é o transtorno que
causa. Isso mostra uma grande
fragilidade do sistema", diz Barboza. Ele afirma que não teve documentos roubados ou perdidos.
O músico Paulo Sérgio da Silva,
45, descobriu por acaso que tinha
mais seis linhas telefônicas em seu
nome e que estavam sendo usadas por terceiros. Os débitos de
seis meses já somavam R$ 40 mil.
A Telefônica também suspendeu
os débitos e cancelou as linhas.
"Fizeram isso [instalar as linhas] sem a minha autorização.
Eu não perdi documento nenhum. Cadê a minha assinatura?", questiona o músico. "Números do RG e do CPF você pode tirar de qualquer folha de cheque. É
a coisa mais fácil do mundo solicitar uma linha em nome de outra
pessoa", afirma.
(GP)
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