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São Paulo, domingo, 27 de abril de 2003

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Caso veio à tona devido a ração contaminada

DA REPORTAGEM LOCAL

A poluição dos depósitos de cal da Solvay só veio à tona devido a uma investigação do Ministério da Agricultura, em resposta a uma denúncia do governo alemão de que a ração importada pelo país do Brasil estava contaminada.
O leite produzido pelas vacas alemãs alimentadas com a ração brasileira apresentou traços de dioxina, que é tóxica e se acumula no tecido.
A Alemanha suspendeu a importação do alimento, e o governo brasileiro, seguindo o rastro da contaminação, foi parar na Carbotex, empresa que comprava cal do depósito da Solvay e a vendia para produtores de ração. A cal neutralizava a acidez da polpa cítrica, um dos ingredientes da ração.
A Solvay nega ter relação com a ração contaminada, alegando que a dioxina encontrada no leite alemão não é a mesma achada em sua área -há mais de 200 tipos de dioxina, 17 deles altamente tóxicos e pelo menos um comprovadamente cancerígeno.
Apesar disso, a Coimbra Frutesp, uma das empresas que vendiam a polpa cítrica para a fabricação de ração, tem aprovado pela 8ª Vara Cível de Santo André um pedido de produção antecipada de provas, o que significa tirar amostras do solo do depósito da Solvay para testes.
"A perda com o fim da exportação da ração foi de centenas de milhões de dólares. Mas com a descaracterização da área da Solvay, será difícil ter provas contra ela", afirma Jonh Butcher, do Greenpeace.
Os advogados da Coimbra Frutesp não quiseram se manifestar. A Solvay diz não ser contra a produção antecipada de provas.
A cal era um dos produtos da fabricação de PVC, na Solvay, do fim dos anos 40 até o início dos anos 70. Na época, a empresa começou a substituir o método de produção, deixando de ter a cal como rejeito em 1996. (MV)


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