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Caso veio à tona devido a ração
contaminada
DA REPORTAGEM LOCAL
A poluição dos depósitos de
cal da Solvay só veio à tona devido a uma investigação do Ministério da Agricultura, em resposta a uma denúncia do governo alemão de que a ração
importada pelo país do Brasil
estava contaminada.
O leite produzido pelas vacas
alemãs alimentadas com a ração brasileira apresentou traços de dioxina, que é tóxica e se
acumula no tecido.
A Alemanha suspendeu a importação do alimento, e o governo brasileiro, seguindo o
rastro da contaminação, foi parar na Carbotex, empresa que
comprava cal do depósito da
Solvay e a vendia para produtores de ração. A cal neutralizava
a acidez da polpa cítrica, um
dos ingredientes da ração.
A Solvay nega ter relação
com a ração contaminada, alegando que a dioxina encontrada no leite alemão não é a mesma achada em sua área -há
mais de 200 tipos de dioxina, 17
deles altamente tóxicos e pelo
menos um comprovadamente
cancerígeno.
Apesar disso, a Coimbra Frutesp, uma das empresas que
vendiam a polpa cítrica para a
fabricação de ração, tem aprovado pela 8ª Vara Cível de Santo André um pedido de produção antecipada de provas, o
que significa tirar amostras do
solo do depósito da Solvay para
testes.
"A perda com o fim da exportação da ração foi de centenas
de milhões de dólares. Mas
com a descaracterização da
área da Solvay, será difícil ter
provas contra ela", afirma Jonh
Butcher, do Greenpeace.
Os advogados da Coimbra
Frutesp não quiseram se manifestar. A Solvay diz não ser contra a produção antecipada de
provas.
A cal era um dos produtos da
fabricação de PVC, na Solvay,
do fim dos anos 40 até o início
dos anos 70. Na época, a empresa começou a substituir o
método de produção, deixando de ter a cal como rejeito em
1996.
(MV)
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