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OUTRO LADO
Empresa afirma que não haverá risco depois de confinamento
DA REPORTAGEM LOCAL
Não vai haver risco depois das
obras de confinamento do depósito de cal de Santo André. É o que
afirma com veemência a Solvay.
"A empresa sempre primou pela excelência técnica. E a competência técnica da Solvay Brasil está
tranquila, está segura do que faz
porque conhece profundamente
o depósito", afirma o conselheiro
jurídico corporativo da multinacional, Reinaldo Silveira.
Os argumentos dele são os seguintes: de seis em seis meses será
realizado um monitoramento específico dos diques de cal; o controle da qualidade da água do rio
Grande será constante, 24 horas
por dia; e todas as amostras retiradas da área e do rio serão entregues à Cetesb para verificação.
E se, mesmo com todas as medidas preventivas, algo de errado
ocorrer e for detectado, como a
empresa vai fazer para parar rapidamente eventuais vazamentos e
impedir danos maiores? "Isso não
vai acontecer", responde Silveira.
"O confinamento é usado e tem
bons resultados no mundo todo.
E a Cetesb exigiu todas as garantias possíveis e imagináveis para a
instalação, muito em razão do local onde a empresa está. Caso o
monitoramento aponte qualquer
indício de problema, a empresa
está obrigada a adotar qualquer
procedimento que a Cetesb e o
Ministério Público exigirem, além
de pagar multa de R$ 100 mil por
dia. É uma punição bastante eficaz para qualquer um", diz.
Só que as empresas multadas
pela Cetesb recorrem da punição
e raramente pagam o que devem.
A agência ambiental tem um "crédito" de cerca de R$ 160 milhões
entre os poluidores do Estado.
Silveira diminui a importância
da contaminação do depósito. Segundo ele, a área está em terreno
argiloso, portanto, com baixo nível de permeabilidade. Diz também que a fração realmente contaminada dos depósitos é de, no
máximo, 10% -embora, para a
Cetesb, toda a área esteja comprometida. Afirma ainda que a dioxina mais tóxica e comprovadamente cancerígena para o homem
não existe no local -mas há pelo
menos 16 outros tipos que apresentam algum nível de toxicidade.
Sobre os teste com tecnologias
de descontaminação, Silveira afirma que eles "não são necessários". "Não vai ser numa área de
mananciais e de mata atlântica
que vamos fazer testes. Não há
tecnologia que sirva", sustenta.
Segundo ele, as alternativas sugeridas pelo Greenpeace não resolvem, por exemplo, a contaminação por metais pesados.
Para aumentar a segurança do
confinamento, a área dos diques
de cal será rodeada por drenos para as águas subterrâneas.
A Solvay tem dois anos, a partir
da aprovação do projeto detalhado, para terminar a obra, e diz que
a preparação em curso atualmente é necessária para garantir que o
prazo será cumprido, sob pena de
multa diária de R$ 100 mil.
A região tem pequenos morros,
que precisam ser planificados, e a
empresa quis começar a preparação antes das chuvas. A Solvay diz
já ter gasto R$ 24,9 milhões na remediação da contaminação.
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