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Professor quer ensinar filho pequeno a atirar
DA REPORTAGEM LOCAL
Aos sete anos ele já atirava.
Quer ensinar o mesmo ao filho
pequeno para que entenda o
que é a arma e não se envolva
em acidentes. "Não dá pavor
com a arma na mão", diz o professor de educação física Alexandre Moisés Neto, 56. Sem a
arma, não consegue dormir em
seu sítio em Ituverava, a cerca
de 100 km de Ribeirão Preto
(SP). "Acontece muito assalto."
Caio Curia, 29, assistente da
Justiça Trabalhista, não teme
matar em uma situação extrema. "Antes a viúva do ladrão
do que a minha", diz.
Praticante de tiro prático (esportivo), já teve de usar a arma
da competição -não tem porte- para assustar um homem
armado que se aproximou de
seu carro. "Estourei o vidro no
rosto dele."
Curia procurou o esporte depois de um assalto a mão armada em Ribeirão Preto. "Ou dominava o medo de arma ou não
tinha mais vida." Diz que o
tranco do revólver o relaxa.
O psiquiatra Henrique Del
Nero, coordenador do núcleo
de Ciência Cognitiva da USP,
diz que estar armado é correr o
risco de dar vazão a um lado irracional, incontrolável. "Não é
à toa que temos unhas e não
garras. Não fomos desenvolvidos para isso. Sem armas, homens derrubaram regimes."
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