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Doença em bebê pode ser detectada antes do parto
DA REDAÇÃO
Nem só as mães podem apresentar problemas cardíacos. De
cada mil crianças que nascem no
mundo, de cinco a oito apresentam algum tipo de cardiopatia
congênita.
Apesar de não haver regra para
a hereditariedade, quando um
dos pais -em especial a mãe- é
portador, a incidência da anomalia no feto pode chegar a 10%.
Muitas vezes o problema já pode ser detectado antes mesmo de
o bebê nascer, por meio de um
exame intra-uterino denominado
ecocardiografia fetal. "Quanto
mais cedo o diagnóstico é feito,
melhor", diz a cardiologista e cardiopediatra do Hospital do Coração, em São Paulo, Ieda Jatene, 47.
Ela explica que o diagnóstico
precoce é fundamental para que
sejam tomadas as devidas providências, que vão desde uma possível interrupção da gravidez até a
busca por órgãos no caso de
transplante ou ainda a preparação
para uma cirurgia logo depois do
parto. No entanto, o emprego da
ecocardiografia fetal ainda é restrito no Brasil, não apenas por dificuldades econômicas como
também técnicas.
Como a detecção da anomalia
pode não ocorrer antes ou logo
após o nascimento, a mãe deve estar atenta a alguns sinais. Cansaço
para mamar, interrupção das mamadas, dificuldade para ganhar
peso e se desenvolver, lábios e extremidades que ficam arroxeadas
(cianóticas), inchaço do rosto ou
da barriga, resfriados e infecções
respiratórias de repetição -ou
seja, uma atrás da outra- são indicadores de que algo pode estar
errado e de que um médico deve
ser consultado.
Nos casos mais graves, a cardiopatia na criança, se não for tratada, pode levar à morte.
Ieda Jatene também coordena o
Centro de Referência de Cardiologia Pediátrica da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de
São Paulo), projeto criado com o
objetivo de capacitar locais para
atender a crianças com doenças
cardíacas. Para participarem do
programa, os locais, no Estado de
São Paulo, já devem possuir um
serviço de cardiopediatria.
(BM)
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