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SAÚDE
Valor foi gasto em 2002 com internações associadas a doenças em que a inatividade é fator de risco
Sedentarismo custa R$ 93,7 mi a SP
DA REPORTAGEM LOCAL
O sedentarismo custou pelo
menos R$ 93,7 milhões aos cofres
públicos no Estado de São Paulo
no ano de 2002. Com o auxílio do
Centro de Controle de Doenças
dos EUA, o Celafiscs (Centro de
Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul)
calculou pela primeira vez no país
o impacto econômico da falta de
atividade física.
O valor corresponde a 3,6% do
total de gastos em saúde no Estado no ano e a mais da metade do
total de gastos hospitalares (R$
179,9 milhões) com dez problemas de saúde associados à inatividade (veja quadro). O gastos com
internações por doenças cardiovasculares respondem por 85%
do custo do sedentarismo.
Os valores proporcionais são semelhantes aos encontrados em
outros países, como os EUA, o
que mais explora argumento econômico na defesa de políticas públicas na área da saúde. A prática
de calcular o custo dos maus hábitos também ganha força no país.
"Estudos assim são para mostrar que vale a pena investir nisso.
É difícil convencer as autoridades", afirma Douglas Roque Andrade, vice-presidente do Celafiscs. Depois de algumas iniciativas isoladas sobre o custo do absenteísmo no trabalho provocado
por algumas doenças, saiu no início do ano a primeira grande pesquisa brasileira nessa linha, que
calculou que o país gasta anualmente R$ 1,5 bilhão com o excesso de peso.
Ao lado do CDC, o centro de
São Caetano do Sul (Grande SP),
uma ONG com 30 anos de atividade, coordena a Rede Americana para Promoção da Atividade
Física. No Estado, o Celafiscs é
responsável pelo programa de atividade física da Secretaria de Estado da Saúde, o Agita São Paulo,
considerado modelo pela OMS
(Organização Mundial da Saúde).
Método
O levantamento dos custos do
sedentarismo começou a ser idealizado em 2000. Mas o desenho só
ficou pronto no ano passado. Foram escolhidas as doenças e problemas de saúde em que já havia
estudos mais consolidados sobre
sua relação com o sedentarismo e
considerados apenas os gastos
com internações hospitalares, colhidos no Datasus (sistema de informações do sistema público).
Em razão da ausência de dados
nacionais, os pesquisadores utilizavam estimativas de prevalência
do sedentarismo e dados do poder "protetor" da atividade física
coletados pelo CDC.
O custo milionário da inatividade, diz Andrade, não implica programas caros para estimular a atividade física. O Orçamento do
Agita São Paulo é de R$ 395 mil
neste ano. O custo é baixo porque
a ação é descentralizada, via 300
parceiros, que recebem auxílio
técnico.
Ainda não há estudos amplos
concluídos sobre o impacto real
do programa, que prega 30 minutos diários de atividade leve a moderada por dia. O Celafiscs tem
pesquisas que mostram que o
Agita é conhecido por 40% da população. O programa investe agora em parcerias com entidades da
área de trânsito para a criação de
espaços para a atividade física.
(FABIANE LEITE)
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