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É comum desistir de exercício físico
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar dos argumentos econômicos e da profusão de estudos
sobre benefícios da atividade física, o sedentarismo persiste. Ou as
pessoas começam os exercícios e
logo param -pesquisas falam
que metade desiste após seis meses. "A atividade física é um comportamento complexo, com determinante individuais, ambientais e sociais. Nenhum fator pode
ser trabalhado sozinho para provocar uma mudança", disse à Folha Mike Pratt, do CDC. Pratt é
responsável pela área de prevenção por meio da atividade física.
O dado amplo e mais recente
sobre o sedentarismo no país é de
pesquisa feita em 97, com mais de
2.500 pessoas de 98 municípios.
Apontava uma prevalência de
60% de sedentarismo. Hoje sua
metodologia é questionada.
São tantos os fatores envolvidos
na adesão ao exercício físico que
alguns estudiosos criaram modelos de gestão de políticas para a
atividade física. A própria atividade escolhida pode ser a causa da
desistência, diz Douglas Andrade,
do Celafiscs. "Se a pessoa não se
sentir competente, desistirá", diz.
"É o caso daquele que decide fazer
dança afro. Enquanto o grupo vai
para um lado, ele vai para o outro.
O que exige pouca habilidade motora, como a caminhada, é boa
saída."
O psicólogo norte-americano
James Sallis aponta, em um dos
modelos criados, que interferem
na adesão os quesitos intrapessoais (demográficos, afetivos), o
ambiente social (políticas públicas de investimento, clima social)
e ambiente físico (informação,
ambiente para a atividade física).
Recentemente o Celafiscs, criador do programa que prega 30
minutos diários de atividade, encomendou um estudo sobre condições para a atividade com 2.000
paulistanos acima de 15 anos e
400 curitibanos.
No estudo, mais de 90% dos entrevistados relataram ter pontos
de ônibus a cerca de 15 minutos
de caminhada de suas casas.
Quando o assunto são os espaços
públicos, surge o problema. Em
São Paulo, apenas 19,6% (contra
31% dos curitibanos) diziam que
havia pistas para andar ou pedalar. Apenas 24,7% dos paulistanos
apontaram a existência de locais
de lazer de baixo custo (contra
34,8%). Na capital paulista, 28,7%
disseram que havia calçadas preparadas para caminhar -30,6%
afirmaram o mesmo em Curitiba.
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