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São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2003

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É comum desistir de exercício físico

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar dos argumentos econômicos e da profusão de estudos sobre benefícios da atividade física, o sedentarismo persiste. Ou as pessoas começam os exercícios e logo param -pesquisas falam que metade desiste após seis meses. "A atividade física é um comportamento complexo, com determinante individuais, ambientais e sociais. Nenhum fator pode ser trabalhado sozinho para provocar uma mudança", disse à Folha Mike Pratt, do CDC. Pratt é responsável pela área de prevenção por meio da atividade física.
O dado amplo e mais recente sobre o sedentarismo no país é de pesquisa feita em 97, com mais de 2.500 pessoas de 98 municípios. Apontava uma prevalência de 60% de sedentarismo. Hoje sua metodologia é questionada.
São tantos os fatores envolvidos na adesão ao exercício físico que alguns estudiosos criaram modelos de gestão de políticas para a atividade física. A própria atividade escolhida pode ser a causa da desistência, diz Douglas Andrade, do Celafiscs. "Se a pessoa não se sentir competente, desistirá", diz. "É o caso daquele que decide fazer dança afro. Enquanto o grupo vai para um lado, ele vai para o outro. O que exige pouca habilidade motora, como a caminhada, é boa saída."
O psicólogo norte-americano James Sallis aponta, em um dos modelos criados, que interferem na adesão os quesitos intrapessoais (demográficos, afetivos), o ambiente social (políticas públicas de investimento, clima social) e ambiente físico (informação, ambiente para a atividade física).
Recentemente o Celafiscs, criador do programa que prega 30 minutos diários de atividade, encomendou um estudo sobre condições para a atividade com 2.000 paulistanos acima de 15 anos e 400 curitibanos.
No estudo, mais de 90% dos entrevistados relataram ter pontos de ônibus a cerca de 15 minutos de caminhada de suas casas. Quando o assunto são os espaços públicos, surge o problema. Em São Paulo, apenas 19,6% (contra 31% dos curitibanos) diziam que havia pistas para andar ou pedalar. Apenas 24,7% dos paulistanos apontaram a existência de locais de lazer de baixo custo (contra 34,8%). Na capital paulista, 28,7% disseram que havia calçadas preparadas para caminhar -30,6% afirmaram o mesmo em Curitiba.

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