|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Metabolização de droga é diferente
DA REPORTAGEM LOCAL
A perda de músculos e água e o
ganho de gordura que ocorrem
durante o processo de envelhecimento interferem na ação das
drogas no organismo.
Remédios que são lipossolúveis
(que se dissolvem na gordura),
por exemplo, terão uma área
maior para serem armazenados
-e o medicamento ficará mais
tempo no corpo.
A redução do tamanho e do fluxo sanguíneo do fígado explica,
em parte, a menor capacidade de
metabolização dos medicamentos. A diminuição da função renal, principalmente, altera a excreção dos fármacos.
Todas essas mudanças, associadas às doenças dos idosos, têm de
ser consideradas na escolha do remédio e suas doses, que devem
ser adaptadas para os maiores de
60 anos. "As doses devem ser diferentes, mas é preciso cuidado para não "subtratar'", diz o geriatra
Clineu de Mello Almada Filho, 42,
da Universidade Federal de SP.
O médico deve estar informado
sobre as mudanças orgânicas decorrentes do envelhecimento e estabelecer prioridades terapêuticas, procurando tratar doenças e
não sintomas, explica em seu livro
o geriatra João Toniolo Neto, 44,
também da Unifesp.
"Deve-se evitar a prescrição de
um medicamento para cada sintoma antes de fundamentar a sua
real necessidade", diz em seu livro
o geriatra Wilson Jacob Filho, 50,
do Hospital das Clínicas de SP.
Um dos maiores erros, de acordo com geriatras ouvidos pela Folha, é a utilização de uma droga
para tratar efeitos adversos de outro medicamento, a chamada
"cascata iatrogênica".
Texto Anterior: Saúde: Excesso de remédio traz risco a idoso Próximo Texto: Quantidade pode "bagunçar" horários Índice
|