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São Paulo, domingo, 29 de junho de 2003

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Metabolização de droga é diferente

DA REPORTAGEM LOCAL

A perda de músculos e água e o ganho de gordura que ocorrem durante o processo de envelhecimento interferem na ação das drogas no organismo.
Remédios que são lipossolúveis (que se dissolvem na gordura), por exemplo, terão uma área maior para serem armazenados -e o medicamento ficará mais tempo no corpo.
A redução do tamanho e do fluxo sanguíneo do fígado explica, em parte, a menor capacidade de metabolização dos medicamentos. A diminuição da função renal, principalmente, altera a excreção dos fármacos.
Todas essas mudanças, associadas às doenças dos idosos, têm de ser consideradas na escolha do remédio e suas doses, que devem ser adaptadas para os maiores de 60 anos. "As doses devem ser diferentes, mas é preciso cuidado para não "subtratar'", diz o geriatra Clineu de Mello Almada Filho, 42, da Universidade Federal de SP.
O médico deve estar informado sobre as mudanças orgânicas decorrentes do envelhecimento e estabelecer prioridades terapêuticas, procurando tratar doenças e não sintomas, explica em seu livro o geriatra João Toniolo Neto, 44, também da Unifesp.
"Deve-se evitar a prescrição de um medicamento para cada sintoma antes de fundamentar a sua real necessidade", diz em seu livro o geriatra Wilson Jacob Filho, 50, do Hospital das Clínicas de SP.
Um dos maiores erros, de acordo com geriatras ouvidos pela Folha, é a utilização de uma droga para tratar efeitos adversos de outro medicamento, a chamada "cascata iatrogênica".


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