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Quantidade pode "bagunçar" horários
DA REPORTAGEM LOCAL
Deixar de tomar o remédio,
confundir doses ou simplesmente
ignorar a prescrição são possíveis
"reações adversas" do excesso de
medicamentos.
A dona-de-casa Maria da Silva
Bertolini, 54, teve de assumir a
responsabilidade pelos remédios
da mãe, Maria de Jesus Pavarini,
76, que é diabética e sofre do coração. São cinco comprimidos por
dia. Se a filha sai, deixa tudo por
escrito. Nos passeios com a mãe,
Bertolini leva a cesta de remédios.
"Eu perguntava: "tomou mãe? E
ela: tomei." Mas aí a pressão vivia
descontrolada e eu concluí que
não era verdade", conta a filha.
Pavarini tem frequentes problemas no estômago, dores nas pernas, olhos embaçados, talvez efeitos adversos das drogas. "Ela não
aceita bem. Às vezes diz que não
quer mais, que não está valendo."
"Gostaria de não tomar nenhum, mas é preciso, né?", afirma
Mercedes Jorge de Lara, 78, sobre
os oito medicamentos que utiliza
diariamente, distribuídos em vários momentos do dia.
Apesar da rotina complexa, ela
diz que não se esquece nem se
confunde. "Minha memória é
muito boa para isso."
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