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Sala especial ajuda polícia a solucionar crimes contra crianças em Brasília
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Três anos atrás, uma menina
de cinco anos vítima de abusos
sexuais foi levada a uma sala repleta de bonecas e de brinquedos pela agente policial Adriana Napoli, 35, com formação
em psicologia e há nove anos na
DPCA (Delegacia de Proteção à
Criança e ao Adolescente) do
Distrito Federal.
Na porta da sala, chamada de
SAT (Sessão de Atendimento
Técnico), um bichinho de pelúcia pendurado por Adriana na
maçaneta dava a senha aos que
estavam do lado de fora: "Favor
não incomodar".
A menina brincou um pouco
com a agente, passou a chamá-la de "tia Adriana" e, minutos
depois, contou que havia sofrido abusos do padrasto. Enquanto isso, do lado de fora, em
conversa com a delegada, a mãe
da menina insistia em acobertar o marido e fantasiar a existência de uma terceira pessoa.
Após o "depoimento", Adriana deixou a sala e preparou um
relatório decisivo para a prisão
e condenação do padrasto.
"Primeiro eu analiso bem o
caso. Depois entro com a criança na sala, brinco, digo que ela
pode falar a verdade e que não
precisa ter medo. É tudo feito
de uma forma não indutiva,
sem plantar palavras na criança", afirma a policial.
Os serviços da SAT, hoje com
quatro policiais formadas em
psicologia, têm sido solicitados
também por outras delegacias
do Distrito Federal. Crianças e
adolescentes, entretidas com
jogos, bonecas e rabiscos, já
ajudaram na apuração de diferentes tipos de crimes, incluindo assassinatos.
"Aqui na delegacia jamais a
criança fica perto do algoz, para
que não haja constrangimento", afirma a delegada-chefe
Glaucia Esper, 38. Segundo ela,
no ano passado cerca de 900
crianças e adolescentes foram
"entrevistados" na SAT. Neste
ano, já foram 380.
(ES)
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