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Reestatização foi anunciada há uma semana
DE BUENOS AIRES
Há uma semana, a presidente da Argentina, Cristina
Kirchner, anunciou a reestatização da Aerolíneas Argentinas, dizendo que o Estado
foi obrigado "a tomar uma
decisão para poder garantir o
serviço e a subsistência da
companhia". Com uma dívida de US$ 890 milhões, dos
quais US$ 240 devem ser pagos imediatamente, a empresa tem apenas 28 aeronaves
de sua frota de cerca de 50
aviões operando. Ela é responsável por cerca de 80%
dos vôos internos e 50% dos
vôos internacionais.
A crise, que já vem provocando atrasos e cancelamentos há meses, se agravou neste mês, quando o grupo espanhol Marsans não pagou os
salários dos funcionários, gerando uma paralisação.
O governo assumiu o pagamento de cem milhões de pesos (R$ 52 milhões) em salários, combustíveis e aluguel
de aviões para que a empresa
continuasse a funcionar.
Antes da privatização, a direção do grupo espanhol
Marsans acusou o governo e
os sindicatos de trabalhadores de terem "levado a companhia a uma situação em
que é impossível operar". Segundo o presidente do Marsans, Gerardo Ferrán, a
agência reguladora argentina não permitia que a empresa tivesse tarifas que cobrissem os seus custos.
Até então estatal, a companhia foi vendida em 1990, no
governo de Carlos Menem
(1989-1999), para a empresa
espanhola Iberia. O grupo
Marsans assumiu em 2001,
mas acumulou dívidas.
A reestatização da empresa faz parte de um processo
de "argentinização" de companhias, comandado pela
presidente Cristina e por seu
marido e ex-presidente Néstor Kirchner. O Estado diz
que deve privatizar ao menos
uma parte da empresa no futuro, mas ainda não há interessados em comprá-la.
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