São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2008

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Reestatização foi anunciada há uma semana

DE BUENOS AIRES

Há uma semana, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou a reestatização da Aerolíneas Argentinas, dizendo que o Estado foi obrigado "a tomar uma decisão para poder garantir o serviço e a subsistência da companhia". Com uma dívida de US$ 890 milhões, dos quais US$ 240 devem ser pagos imediatamente, a empresa tem apenas 28 aeronaves de sua frota de cerca de 50 aviões operando. Ela é responsável por cerca de 80% dos vôos internos e 50% dos vôos internacionais.
A crise, que já vem provocando atrasos e cancelamentos há meses, se agravou neste mês, quando o grupo espanhol Marsans não pagou os salários dos funcionários, gerando uma paralisação.
O governo assumiu o pagamento de cem milhões de pesos (R$ 52 milhões) em salários, combustíveis e aluguel de aviões para que a empresa continuasse a funcionar.
Antes da privatização, a direção do grupo espanhol Marsans acusou o governo e os sindicatos de trabalhadores de terem "levado a companhia a uma situação em que é impossível operar". Segundo o presidente do Marsans, Gerardo Ferrán, a agência reguladora argentina não permitia que a empresa tivesse tarifas que cobrissem os seus custos.
Até então estatal, a companhia foi vendida em 1990, no governo de Carlos Menem (1989-1999), para a empresa espanhola Iberia. O grupo Marsans assumiu em 2001, mas acumulou dívidas.
A reestatização da empresa faz parte de um processo de "argentinização" de companhias, comandado pela presidente Cristina e por seu marido e ex-presidente Néstor Kirchner. O Estado diz que deve privatizar ao menos uma parte da empresa no futuro, mas ainda não há interessados em comprá-la.


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