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Rede de bancos de sangue não saiu do papel
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de estar regulamentada desde 2000, a rede nacional de bancos de sangue de cordão umbilical e placentário
ainda não saiu do papel. Seis
bancos de sangue do país
-cinco públicos e um privado- estão cadastrados.
Segundo os médicos responsáveis por esses bancos, a rede
ainda não decolou porque o
Ministério da Saúde não paga
os custos da coleta e do armazenamento das células-tronco,
estimados em US$ 1.000 por
amostra.
Quando estiver funcionando,
a proposta da rede é fazer um
cruzamento de informações
entre o Redome e os bancos de
sangue cadastrados para identificar entre as unidades de sangue armazenadas em cada local
um doador compatível.
De forma isolada, cada um
desses serviços cadastrados estão coletando e armazenando
células sanguíneas de cordão
umbilical, o que, do ponto de
vista de saúde pública, não tem
o menor efeito, segundo Marco
Antonio Zago, o superintendente do hemocentro do Hospital das Clínicas de Ribeirão
Preto, que integra a rede.
O banco de sangue do Inca
tem cerca de 200 amostras de
células de cordão umbilical
congeladas. Segundo Luiz Fernando Bouças, coordenador
do banco, o material foi doado
por mulheres que deram à luz
na maternidade municipal
Carmela Dutra, no Rio.
A partir do próximo mês, outra maternidade carioca, a Pró
Mater, também fornecerá sangue de cordão ao banco do Inca. O local, afirma Bouças, tem
capacidade para armazenar até
4.000 amostras de sangue, o
que aumentaria as chances de
compatibilidade entre pessoas.
Nos últimos dois anos, o serviço realizou 11 transplantes de
medula usando células do cordão umbilical obtidas em países da Europa e dos EUA ou de
parentes do doente.
O processo de transplante
das células-tronco do cordão
umbilical é semelhante ao utilizado para os casos de transplante tradicional da medula,
ou seja, após um regime de preparação com quimioterapia e/
ou radioterapia, o paciente recebe as células-tronco por
meio de uma transfusão.
No Hospital Albert Einstein,
que também faz parte da rede
nacional de bancos de sangue,
foram realizados 20 transplantes nos últimos três anos. O
banco de cordão umbilical
mantém 300 amostras de sangue congeladas.
Segundo o hematologista
Nelson Hamerschlak, o banco
funciona de forma experimental enquanto aguarda o início
oficial do funcionamento da
rede. O custo de manutenção
das amostras está sendo bancado pelo próprio hospital.
O Einstein também está desenvolvendo um projeto de
pesquisa que visa utilizar experimentalmente as células de
cordão umbilical em tratamento de deficiências genéticas e
auto-imunes.
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