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Há convivência com a alopatia
DA REPORTAGEM LOCAL
Está na hora de homeopatas e
alopatas levantarem a bandeira
branca da paz, e isso já vem ocorrendo em algumas frentes, dizem
profissionais dos dois lados. "Todos nós somos médicos. Nossa
busca comum é a melhora do ser
humano", diz Gil Moreira Neto,
homeopata há 17 anos. "Temos
diferenças conceituais e diferentes visões do ser humano, mas as
duas terapêuticas não são excludentes." Em muitos casos, elas se
complementam. Em casos de
câncer ou de infecção grave, por
exemplo, homeopatas reconhecem que a conduta é alopata.
A unidade do Bosque da Saúde,
na zona sul de São Paulo, que há
14 anos só trabalhava com homeopatas, está agora compartilhando o atendimento com alopatas. "A espera na homeopatia ainda é muito maior", diz Edjane
Torreão Brito, do grupo de homeopatia da Secretaria da Saúde.
Em Santos, a falta de médicos
homeopatas e o grande número
de pacientes levaram a prefeitura
a adotar uma estratégia inovadora. Está oferecendo curso de especialização ao profissionais alopatas dos postos de saúde para que
possam prescrever homeopatia.
A cidade tem hoje apenas cinco
médicos exclusivamente homeopatas. Paradoxalmente, tem o primeiro movimento organizado de
pacientes em defesa da homeopatia, fundado ainda em 1988. "Eles
já reuniram 18 mil assinaturas pedindo mais homeopatas", diz Selma Freire, coordenadora municipal do setor de homeopatia.
Tanta é a procura pela homeopatia na cidade que a Secretaria
Municipal está oferecendo "atendimentos coletivos". Por exemplo, convoca-se os pacientes de
osteoporose, ou aqueles que querem deixar o cigarro, para um encontro num determinado centro
de saúde. Os pacientes são informados sobre a homeopatia e
orientados sobre práticas de vida
e uma medicação básica a ser tomada. "Levamos um susto quando convidamos para um protocolo pessoas com osteoporose. Vieram 1.500", diz Selma Freire.
Santos concentra grande número de idosos e muitos sofrem de
perda óssea, daí essa grande procura. A cidade, por sua umidade,
também tem muitos pacientes
com asma brônquica, o que atrai
muita gente nos "atendimentos
coletivos" de homeopatia.
(AB)
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