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FÉRIAS
Opção por acampamento geralmente é feita após recomendação de amigos, parentes ou da escola; associação aconselha visita ao local
Pais costumam escolher por indicação
DA REPORTAGEM LOCAL
A maioria dos pais ouvidos pela
Folha diz que escolheu o acampamento para onde mandarão seus
filhos nas férias de julho por indicação de amigos, parentes ou da
escola onde as crianças estudam.
"Acho importante procurar referências e conversar com outras
pessoas que costumam mandar
os filhos a acampamentos para escolher com segurança", diz a contadora Yolanda Tatto, mãe de três
crianças de dez a 14 anos.
A biomédica Márcia Bernadini
pesquisou vários acampamentos
antes de decidir para onde iria
mandar seus dois filhos, um de
nove e outro de 11 anos. "Acabei
optando por um que uma amiga
já conhecia", conta.
Os próprios proprietários concordam com a cautela dos pais,
que não se deixam convencer pela
propaganda dos estabelecimentos e preferem confiar na indicação de conhecidos. "Minha clientela vem da propaganda feita boca
a boca", afirma o diretor da Fazenda Monjolinho, em Itirapina
(213 km de SP), Marcelo Filippini.
"É exceção quem nos procura
sem conhecer alguém que já participou. Os pais realmente não
mandam mais os filhos sem indicação", afirma a gerente do Peraltas, em Brotas (245 km de SP).
No momento de contratar os
serviços, também há alguns cuidados para avaliar se aquilo que é
oferecido condiz com o que a
criança vai encontrar quando
chegar ao seu destino. A maioria
dos acampamentos tem sites com
informações e fotos. Mas, mesmo
nesses casos, é recomendável visitar o local, aconselha a Abae, Associação Brasileira de Acampamentos Educativos.
"Na hora da inscrição, é bom
questionar sobre as atividades
que eles oferecem, se há divisão
das crianças por faixa etária,
quem são as pessoas envolvidas
durante o período de estada e a
acessibilidade do local", diz Yolanda Tatto, que mandou a filha
pela primeira vez há nove anos.
Independência
Além de contato com outras
crianças e com a natureza, coisa
rara para quem mora em cidades
como São Paulo, as viagens para
acampamentos contribuem para
o amadurecimento dos filhos.
"Recomendo a atividade porque acredito que ajuda a tornar as
crianças mais independentes",
afirma Yolanda. "A minha filha
mais velha foi pela primeira vez
quando tinha cinco anos. Considero minha filha uma criança madura e acho que o acampamento
colaborou", conta.
"Em situações como essas, o
maior desafio para a criança é se
autogerir. Ela tem que arrumar a
cama, cuidar das suas coisas e
aprender a lidar com as novas
pessoas que acaba conhecendo"
explica Silvana Rabelo, professora
de psicologia da PUC.
Insegurança
Embora considere a experiência
da autonomia em relação aos pais
importante, Silvana faz uma advertência. "A atividade não pode
criar insegurança para a criança.
Afinal, ela está lá para se divertir, e
não para sofrer."
Essa parece ter sido a conclusão
da administradora Marta Penna,
que buscou a filha, Stefanie, 10,
dois dias antes de terminar a sua
temporada no acampamento em
que estava.
"Ela não está acostumada a dormir fora de casa e acabou pedindo
para ir embora", conta Marta.
Uma alternativa para saber se a
criança vai se adaptar são os "day
camps", que, como diz o nome,
duram apenas um dia. Algumas
escolas organizam esse tipo de
viagem durante o ano letivo.
No colégio Visconde de Porto
Seguro, por exemplo, que tem três
unidades em São Paulo, os alunos
da sétima série passam um dia no
Sítio do Carroção, em Tatuí (129
km de SP).
"A confraternização é um dos
fatores mais importantes dessas
viagens. Acontece de os alunos de
uma mesma série, que são vizinhos de sala, nem sequer se conhecerem ao chegar aqui", conta
o coordenador de educação física
Wilson Vilar Fulton.
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