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Luxo do centro divide simetria das periferias
DA REVISTA
O segundo dia, sábado, promete a melhor paisagem. Às 6h, o céu
está muito azul. As calçadas são
mais preservadas, mas têm buracos. Nos trechos mais abastados,
vira-latas sem dono dão lugar a
cocôs de cachorro não recolhidos.
Na região do parque Ibirapuera,
o número de suítes duela, nas placas de imóveis, com o de vagas de
garagem, nunca inferior a quatro.
Numa feira, o grupo é confundido
com turistas pelo guardador de
carros Luiz Nicolau, 35, que usa o
inglês aprendido num cursinho.
Após Congonhas, borracharias,
bares e vidraçarias imperam.
Em Parelheiros, um posto de
combustível anuncia não aceitar
cheque, mas pagar com passe pode. Todos os carros são pré-1990.
Cerca de 15 km depois, o grupo
pega uma estrada de terra até o
Centro Paulus, pousada cercada
de mato. O tempo já virou, anunciando a chuva da última jornada.
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