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Para Estado, muro é "briga" política
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário da Cultura do Pará,
Paulo Chaves, acredita que a polêmica sobre a derrubada do muro
do Forte do Presépio reflete no
fundo uma "briga" política entre
PSDB, que governa o Estado, e
PT, que administra a prefeitura.
"O PT está arruinando a cidade
faz oito anos. O muro é uma questão política que eles perderam",
diz Chaves. "Foi uma briga muito
complicada, em que nuances técnicas foram usadas como álibi."
Segundo o secretário, o bom
trabalho de restauração não só do
forte, mas da região em torno rendeu "resultados políticos", e "isso
incomodou o PT".
Ele defende a derrubada do que
chama de "muro da discórdia"
por vários motivos.
"Além de ser esteticamente horroroso, o muro encobria o forte
da cidade e a cidade do forte", diz
Chaves. "Sem o muro, a cidade
descobriu a sua visão ribeirinha,
que Belém foi perdendo ao longo
dos anos", afirma o secretário.
Quanto à retirada do reboco, ele
diz que o forte estava apenas parcialmente rebocado. "O forte foi
muito mutilado, não tem uma
forma certa. Eu considero que ele
era uma ruína", afirma Chaves.
"Eu tenho um parecer do professor Mário Mendonça, da UFBA
(Universidade Federal da Bahia),
especialista em fortes, que disse
que a retirada estava correta."
Segundo o secretário, todos os
achados arqueológicos foram registrados e fotografados, "mas
não dá pra deixar tudo aberto".
Quanto à colocação dos canhões de ferro sobre um talude de
grama em ângulo de 45 graus, ele
diz que foram feitos restauros e
proteção com pintura, e que eles
estão identificados.
Chaves ironiza o risco de deterioração: "É possível que estraguem, daqui a 300, 400 anos". Ele
explica por que colocou a boca
dos canhões voltada para cima:
"Achei que seria broxante colocar
com a boca para baixo".
(RBN)
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